Marília - Publicação da 2ª Vara Criminal de Justiça intima a defesa do soldado Moroni Siqueira Rosa a apresentar as alegações finais no processo criminal sobre a morte de Hamilton Olímpio Ribeiro Júnior no rodeio de Marília.
A medida encaminha para fase final o processo que vai definir se o soldado vai responder pelo crime no banco dos réus do Tribunal do Júri Popular. E se depender do MP (Ministério Público) do Estado, ele vai.
Moroni alega legítima defesa. Diz que levou um soco no rosto durante discussão e que Hamilton tentou tomar sua arma após ele dizer que era policial. No depoimento à Justiça, informou inclusive que nem passou por revista no acesso à festa e que reagiu ‘zonzo’ após o soco. Mas há versões contra a defesa.
O parecer da acusação aponta que Moroni é réu confesso pela autoria da morte e que a versão de legítima defesa não convenceu. O caso já recebeu também a manifestação da família de Hamilton, que atua como assistente da acusação.
O promotor de Justiça Rafael Abujamra destaca depoimentos de testemunhas que indicam Moroni como responsável por uma troca de agressões. Terminou com quatro tiros, um pelas costas, e a morte de Hamilton durante atendimento médico.
Ele acusa homicídio por motivo fútil e recurso que dificultou a defesa da vítima, além de expor outros a risco. Tanto que mais duas pessoas deixaram o local com ferimentos por bala. Moroni responde a acusações de tentativa de homicídio por estes dois casos.
Já não fosse o suficiente, o disparo letal foi efetuado cristalinamente pelas costas da vítima, atingindo-a, como já se disse, no dorso à esquerda, em verdadeiro ato de execução e absolutamente incompatível com o exercício de qualquer defesa
Rafael Abujamra, promotor de Justiça em Marília
Promotor quer caso no Júri Popular
Apesar deste encaminhamento para final do processo, está longe de ser o fim do julgamento. Com ou sem encaminhamento do caso para Júri, tanto Moroni quanto a acusação podem recorrer.
As possibilidades de recursos podem atrasar o caso por anos. Então, ainda que ele vá a Júri, mesmo uma condenação pelos jurados entre a população, ele pode recorrer de novo.
Mas por enquanto faz tudo isso preso. Está no presídio militar Romão Gomes, em São Paulo, para onde foi após recuperação de ferimentos no dia da morte. Moroni sofreu tentativa de linchamento depois de atirar e matar Hamilton na arena da festa.