Marília

Justiça Militar suspende punição a sargento de caso da ‘carteirada’ em Marília

Justiça Militar suspende punição a sargento de caso da ‘carteirada’ em Marília

O Tribunal de Justiça Militar de São Paulo atendeu um pedido da defesa do sargento Alan Fabrício Ferreira, da Polícia Militar em Marília, e suspendeu a pena de detenção por cinco dias que havia sido aplicada contra ela após o vazamento e repercussão de um caso que ficou conhecido como ‘carteirada no trânsito’ de Marília.

A decisão é provisória mas inova e muda o caso em um Conselho Disciplinar aberto pela corporação contra o sargento, que entrou em situação de conflito com superiores no caso, em especial a então comandante do batalhão na cidade, hoje coronel da reserva, Marcia Cristina Cristal Gomes.

Em vídeo que circula pelas redes sociais, o sargento reage muito emocionado à um comunicado do seu advogado sobre a suspensão e agradece ao apoio em caso que já dura quase três anos.

O advogado Marcos Rogério Manteiga, responsável pela defesa do sargento, disse que o caso está em sigilo e não pode divulgar detalhes do pedido mas que desde a publicação da medida considerou a ordem de detenção absurda.

“O sargento Alan é vítima no caso, não merece ser punidos, tinha que ser reconhecido por sua atuação. E está se tornando um caso histórico. A defesa já trancou um Conselho Disciplinar, que seria o segundo contra o sargento, o que nunca havia acontecido. Agora suspendemos uma punição e vamos lutar para anular totalmente esse Conselho Disciplinar”, disse o advogado.

O CASO

Em agosto de 2020 o sargento Alan comandava patrulhamento de trânsito quando foi fiscalizado um Ford Fusion da professora e vereadora em Marília Daniela Alves. O carro era conduzido por uma filha da vereadora e foi apreendido com acusação de documento vencido e pneus fora de condições.

A vereadora telefonou para a então tenente-coronel Cristal e teria argumentado que em função da pandemia havia regra especial contra a apreensão.

A oficial telefonou ao sargento com ordem para liberar o carro. A ligação foi gravada e o áudio circulou. A vereadora foi alvo de uma comissão processante – que acabou arquivada – e reeleita.

A comandante foi transferida e aposentou como coronel. O sargento seguiu em atividade na cidade e já recebeu também advertência no caso antes da ordem de detenção.