Marília

Justiça põe Camarinha, Vinícius e ex-funcionários da CMN em audiências

Justiça põe Camarinha, Vinícius e ex-funcionários da CMN em audiências

O deputado estadual Abelardo Camarinha e o ex-prefeito Vinícius Camarinha estão na manhã desta segunda-feira no Fórum Trabalhista de Marília para série de audiências em que são acusados de serem os donos ocultos da CMN – Jornal Diário de Marília e rádios Diário FM e Dirceu AM.

As audiências reúnem ainda ex-funcionários do grupo que ficaram sem salários correções de pagamentos atrasados, FGTS e outros direitos trabalhistas. O trabalho dá segmento a processos que deixaram de andar em 2017 por falta de documentos da CMN.

Os dois chegaram ao prédio pouco depois da abertura do fórum com alguns correligionários e assessores. Entraram para as audiências feitas a portas fechadas. Ainda há grupo de trabalhadores à espera das próximas audiências. A previsão era iniciar as diferentes audiências com pequenos intervalos, mas houve atraso e algumas podem ser remarcadas para outros dias.

Assessor de Camarinha nos últimos 40 anos, o cartorário Carlos Umberto Garrossino, que hoje ocupa cargo de confiança na Assembleia Legislativa, também acompanha as audiências. Ele é apontado pelos trabalhadores como o responsável pela direção e decisões administrativas, comerciais e editoriais das empresas.

Os trabalhadores dos diferentes setores da empresa – jornalismo, administração, produção técnica, comercial – acusam Camarinha e Vinícius de serem os verdadeiros proprietários das empresas e responsáveis pelas dívidas trabalhistas do grupo.

Além de longo período de crise em que pagamentos como FGTS não foram depositados, a situação das empresas foi agravada pelo fechamento das rádios pela Anatel e Justiça Federal em agosto de 2016 e do jornal em janeiro de 2017 como resultado da Operação Miragem, da Polícia Federal.

A situação provocou uma enxurrada de ações trabalhistas com dezenas de processos em que os dois são acusados com suporte de informações da Polícia Federal, incluindo uma delação premiada da empresária Sandra Mara Norbiato, que oficialmente assinava documentos como dona das empresas. Ela disse à Justiça que era laranja de Camarinha e Vinícius.