Marília

Juventude Criativa comemora 75 anos com apoio da comunidade e fundador

Juventude Criativa comemora 75 anos com apoio da comunidade e fundador

Uma comemoração interna, com participação dos estudantes e a presença de José Vieira da Costa, 101 anos, um dos fundadores, marcou nesta sexta-feira os 75 anos de atividade da Juventude Criativa, nome adotado pela Juventude Católica, a mais tradicional instituição de atendimento a crianças e adolescentes na cidade.

A dedicação dos funcionários e voluntários e o apoio da comunidade para manutenção dos serviços foram os destaques da comemoração em um momento de paz depois de um impasse com poder público sobre convênios e repasse de alimentos para atender os estudantes.

A entidade, que atua no contraturno das atividades escolares, recebe diariamente 150 crianças e adolescentes para atividades de educação, lazer, esportes e alimentação em duas turmas de 75 estudantes.

O impasse com o poder público, que chegou a ameaçar o atendimento da instituição, está superado, segundo o vice-presidente da entidade, Bruno Doretto.

“Já foi resolvido, é apenas uma questão de tempo agora para que tudo volte à normalidade. E temos que agradecer ao apoio da comunidade, tivemos respaldo de todos os cantos da cidade, muita gente a agradecer, especialmente ao programa Tauste Ação Social”, disse Bruno durante a comemoração com apresentação de coral dos estudantes.

A coordenadora pedagógica da instituição, Alessandra Marques Oliveira, disse que nos 75 anos de atuação a Juventude Criativa mudou e evoluiu para garantir atendimento. Apesar de ser conhecida como creche, a instituição começou como escola e hoje é um centro de apoio educacional e de atenção a crianças e adolescentes.

A comemoração teve a participação da presidente da instituição, Mariângela Boro e da diretoria, Valéria Evangelista, em uma homenagem a quatro funcionários que foram muito aplaudidos pelas crianças. Bruno Doretto lembrou ainda o trabalho de voluntários e de toda a diretoria.

A presença do fundador José Vieira da Costa criou uma atração especial ara os estudantes. Nascido em janeiro de 1916, José Vieira mostra mobilidade, lucidez e uma memória aguçada para detalhes da história e atuação da entidade.

Ele levou alguns documentos e fotos, especialmente para falar aos estudantes sobre Monsenhor Bicudo, padre que assumiu a paróquia de São Bento no final dos anos 30 e que coordenou a criação e implantação da instituição.

“Padre Bicudo era jovem e tinha um estilo que lembra o do Papa Francisco, que defende a atuação muito além da sacristia. Ele ficou sabendo que a cidade tinha apenas uma escola e que na época de matrículas as mães dormiam na calçada para conseguir vaga para os filhos. Decidiu que precisaria fazer outra escola”, disse.

O projeto começou com apoio comunitário, Primeiro, padre Bicudo conseguiu a doação do terreno na privilegiada área da esquina da rua Paraíba com a avenida República, doado com 20 mil tijolos pelo deputado e fazendeiro Bento de Abreu, pioneiro na implantação da cidade.

Uma barraca de alimentos em frente ao cemitério e ações junto a fiéis nas missas levantaram os primeiros recursos para a obra. “Perto do seu aniversário, Padre Bicudo disse aos fiéis: não me deem presentes, deem dinheiro que nós vamos fazer uma escola.”

A entidade surgiu como Escolas Gratuitas da Juventude Católica, já com 150 crianças e 60 adultos em programa de alfabetização. 
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