Marília

Laudos, MP e pressão estimulam troca de trailers por “lanchódromo”

Laudos, MP e pressão estimulam troca de trailers por “lanchódromo”

Uma proposta antiga ganha adeptos dentro e fora da administração municipal embalada por dois procedimentos no Ministério Público, alguns laudos técnicos e muita pressão: o fim dos trailers da avenida Brigadeiro Eduardo Gomes e a criação do “lanchódromo”.

O nome irrita técnicos envolvidos com o planejamento. A proposta, criada como uma praça pública de convivência com espaço para as lanchonetes, é vista como solução para alguns problemas graves dos trailers: falta de regulamentação, falta de higiene, conforto.

Ponto tradicional para jantar e fim de noitadas na cidade, o roteiros dos trailers ao lado do bosque municipal já perdeu movimento. Pelo menos dois deles estão à venda.  

Em outros pontos da cidade trailers já evoluíram para lanchonetes instaladas em prédios, com banheiros, cozinhas fechadas, azulejadas, divisão de espaços de armazenamento, manipulação, guarda de alimentos.

A regulamentação oferece aos trailers ainda benefícios hoje negados, como processar alimentos, fazer os próprios hambúrgueres.

O espaço do Bosque, o mais tradicional, reúne vários trailers, mas não tem banheiros, o movimento de animais em volta é uma constante ameaça à limpeza, não há programa para coleta e destinação adequada do lixo produzido nas madrugadas.

O Ministério Público investiga a situação por duas linhas de controle: a Curadoria do Meio Ambiente e proteção ao consumidor e o controle de urbanização. Promotores nas duas áreas já têm laudos contra os trailers.

As alternativas criadas esbarraram em dificuldades, como uma tentativa de implantar rede de esgoto e banheiros. Seria preciso invadir a área do bosque e ainda fazer uma obra à moda antiga, já que o local é área de preservação onde não pode haver movimentação de máquinas.

Outra medida sugerida foi  a transformação dos trailers, que deixaram de ser pontos fixos e passariam a ser rebocados todos os dias, ao melhor estilo dos “food trucks”, que fazem tanto sucesso nos grandes centros.

Mas a medida tromba na descapitalização dos proprietários para as adaptações, além de não resolver um dos problemas básicos: falta de banheiros, espaços para limpeza das mãos, por exemplo.

Os trailers resistem por dois motivos básicos: defesa de consumidores e a luta dos proprietários. Some-se a eles  a pouca pressão da vigilância sanitária. O controle da forma como os lanches são preparados e o material todo é manipulado mostra muito mais rigor sobre restaurantes e pontos comerciais instalados em prédios.