Marília

Lava-Jato - Léo Pinheiro tenta destravar delação que cita Marília; 6 meses na gaveta

Lava-Jato - Léo Pinheiro tenta destravar delação que cita Marília; 6 meses na gaveta

A defesa do empreiteiro José Aldemário Pinheiro Filho, o Léo Pinheiro, pediu ao STF (Supremo Tribunal federal) a liberação do acordo de delação premiado firmado com a Procuradoria Geral da República em dezembro de 2018 e engavetada até hoje.

Pinheiro prestou novo depoimento à Justiça no final de junho, em Curitiba, e sua defesa encaminhou ao ministro Edson Fachin, relator dos processos da Lava Jato, pedido para liberação da delação.

O caso depende de um despacho burocrático da procuradora Raquel Dodge, que tenta conseguir uma recondução ao cargo de Procuradora Geral. A demora no andamento do processo é destaque na revista Época desta semana.

É o caso mais longo de tramitação de uma delação que envolve as acusações da empreiteira OAS contra autoridades em diversos pontos do país e envolve acusações de propina contra políticos de Marília.

A denúncia contra os marilienses teve repercussão nacional em fevereiro deste ano, quando trechos da delação vazaram à imprensa e foram divulgados pelo jornal Folha de S.Paulo
 
Léo Pinheiro diz ter pago Caixa Dois para financiar a campanha de reeleição do ex-prefeito de Marília Ticiano Toffoli, irmão do presidente do STF, Dias Toffoli, além de propina para o ex-prefeito Vinícius Camarinha no contrato para as obras do esgoto, iniciadas pela OAS em 2013. Eles contestam a delação, atacam o empreiteiro e negam crimes (veja aqui)

O empreiteiro, que era presidente da OAS, disse ainda ter financiado a renúncia do ex-prefeito Mário Bulgareli em 2012 para que Ticiano pudesse assumir a prefeitura, encaminhar recursos da obra do esgoto e tentar a reeleição.

Bulgareli teria recebido R$ 1 milhão para deixar o cargo em meio a uma onde de escândalos, acusações e tentativas de investigação na Câmara.

O empreiteiro está preso em Curitiba desde 2016. As acusações contra a OAS paralisaram repasses, contratos e obras da empresa em diversos pontos do país, incluindo a construção das estações de tratamento de esgoto em Marília, que ficaram anos paradas.

Além das acusações de propina, a OAS ainda cobra na Justiça uma dívida mionária que teria sido deixada pela prefeitura na contrapartida de obras do tratamento de esgoto.