Marília

Lei para guias rebaixadas deve mudar; MP promete controle rigoroso

Promotor José Sant´Ana, vereador Wilson Damasceno e o presidente da Acim, Libânio Nunes
Promotor José Sant´Ana, vereador Wilson Damasceno e o presidente da Acim, Libânio Nunes

A polêmica com a pressão de fiscais sobre empresas que mantêm grandes áreas de guias rebaixadas na cidade deve provocar mudanças na legislação municipal, possibilidades de acordos individuais de adequação e controle rigoroso do cumprimento da lei pelo Ministério Público.

O caso foi tema de um encontro na Câmara de Marília na tarde desta terça-feira, com representantes do Legislativo, da Prefeitura, Acim e do promotor de Justiça José Alfredo de Araújo Sant´ana.

Empresas e lideranças políticas discutiram diferentes propostas, que passam até por uma ideia para revogar os limites de guia rebaixada. A Acim apresentou proposta de um TAC (Termo de Ajustamento de Conduta) que abriria prazo geral de adequações e permitiria suspender a fiscalização e as multas, que já atingiram algumas empresas na cidade. Mas o promotor descartou este padrão de ajuste.

José Alfredo Sant’Ana disse que não há caminhos para atuar fora da legislação e que eventuais TACs poderão ser discutidos de forma individual com os empresários interessados em ajustes. Mas avisou: vai manter controle rigoroso, que envolve cobrar da prefeitura o cumprimento da lei enquanto ela existir. 

Atualmente o Código de Posturas do município prevê limite mínimo três metros e máximo cinco metros de guias rebaixadas. Casos especiais dependem de autorização do setor de planejamento urbano. Sant’Ana entende que a lei pode ser alterada mas manteve clara sua avaliação de que a lei em vigor deve ser cumprida até eventuais alterações. 

A polêmica é provocada pelo grande número de lojas, entidades, clínicas e outros prédios de exploração comercial que reservam até a fachada completa como guia rebaixada para vagas de clientes.

A ideia é que as construções deixem espaço para público em geral estacionar. O centro da cidade e algumas avenidas, como a Esmeraldas, registram casos de motoristas sem vagas e prédios comerciais com guias rebaixadas vazias.

A partir da cobrança do Ministério Público, a fiscalização municipal passou a notificar e multar alguns empresários. O caso virou polêmica quando a Acim (Associação Comercial e Industrial de Marília) passou a receber queixas, pediu um encontro de negociação mas não foi atendida.

Também causam críticas as poucas informações sobre as autorizações especiais e a abrangência das fiscalizações. Um empresário multado levou o caso para redes sociais e reuniu muitos comentários. “Tenho projeto aprovado, recolhi as taxas.”, postou.