Trabalho coletivo em grupos de Marília e mais municípios da região, incluindo uma curta parte da história da produção teatral na cidade, são alguns destaques em um livro com mapeamento do trabalho coletivo de atuação, produção, criação e desenvolvimento do teatro paulista
“Teatro de grupo em tempos de ressignificação: criações coletivas, sentidos e manifestações cênicas no estado de São Paulo” une algo de resgate histórico – que esgota o tema – à apresentação de novos nomes, iniciativas e desbravadores em projetos teatrais.
Marília aparece com iniciativas como a Casa Bonfim, o Elam, Muda companhia, Cia Nua&Crua, Teatro Quasilá (foto) e Tuia das Traia. Há mais com grupos de Assis, Ourinhos, Tupã, Pompéia, Queluz, Santa Cruz do Rio Pardo, Echaporã, Paraguaçu e Lins.
O primeiro volume, contemplado com o Prêmio Especial APCA 2021, focava no sujeito histórico teatro de grupo na capital e na Grande São Paulo,
Grupo Soarte, de Ourinhos, citado no livro sobre teatro no Estado de São Paulo – Foto: Roberto Ihara
A nova publicação movimenta uma rede com 50 pesquisadores, artistas e grupos de todas as regiões administrativas para compor a inédita cartografia teatral desses territórios.
Especificamente em Marília, faz uma bela ação de memória com algum resgate do trabalho de Ramis Pedro Boassali e sua atuação com a Fetalpa (Federação de Teatro Amador da Alta Paulista).
Ramis dedicou décadas ao trabalho teatral em Marília e toda a região, influenciou grupos em diversas cidades e seguiu no palco e no ativismo cultural com a fibra e coragem de jovem, como na produção Palhaços.
Também mostra como muitas produções de outras cidades colocam em seus históricos de trabalho a participação no festival de Teatro que a cidade ofereceu na década de 1990 e que não acontece mais.
A publicação tem organização de Ivam Cabral, diretor executivo da SP Escola de Teatro, ao lado de Alexandre Mate, Elen Londero e Marcio Aquiles.
É uma edição da Associação dos Artistas Amigos da Praça, organização social responsável pela criação e gestão da SP Escola de Teatro.
“Foi um trabalho hercúleo, como se pode perceber neste livro de quase 900 páginas, realizado graças ao esforço coletivo da ADAAP e essa maravilhosa trama de acadêmicos, artistas e grupos que conseguimos unir. Foram quase três anos de pesquisa, agora finalmente materializados nesta linda edição”, afirma Ivam Cabral.
Por fim, a obra retrata também, de forma indireta, um período complicado para as companhias teatrais, uma vez que os textos foram escritos durante momentos críticos da pandemia, o que inevitavelmente influenciou nos temas abordados e no retrato do cotidiano dos coletivos na época.
O livro será oficialmente lançado no dia 4 de outubro, às 19h, na sede da SP Escola de Teatro, Praça Roosevelt, 210. Posteriormente, o livro será disponibilizado para download gratuito no site da SP Escola de Teatro.