LULA-LÁ: cadeia ou presidência?

A rejeição do habeas corpus do ex-presidente Lula confirmou a prisão de condenados em segunda instância. A Lei é igual para todos e a impunidade de ricos e poderosos não é mais regra no Brasil. Este é o meu lado!

A prisão de Lula deve ser marco histórico no país. Ele errou, mas muitos erraram com ele, até mais do que ele e antes dele. O desafio agora é manter a mobilização da sociedade para a manutenção da regra, levando para a companhia de Lula todos os outros corruptos, sem distinção partidária.

O próximo passo é acabar com o foro privilegiado e avançar na construção institucional de um arcabouço jurídico anti-corrupção impessoal e apartidário. Só isto apaziguará os ânimos no país e garantirá perspectiva futura à população.

Diferente disto, será o caos. Ricos e poderosos estão esquecendo do rendimento eleitoral do lulo-petismo. Mesmo na cadeia, Lula continua protagonista na eleição. Caso conseguir vestir o manto do injustiçado, a população votará nele por meio de um terceiro elemento como uma forma de “pagamento” aos serviços prestados.

Até porque é inegável que Lula colocou o social no coração do Estado brasileiro. E também que o Lulismo foi uma alternativa ideológica de modernização conservadora combinado ao reformismo soft, eficiente na reprodução do status quo. Mais ou menos assim: Lula permitiu aos brasileiros se sentirem co-responsáveis pela gestão e reprodução da ordem, legitimando-a na história em troca da distribuição de benefícios sociais.

Isto significa que o Lulismo emergiu como uma “hegemonia às avessas”, na qual os dominados obtiveram o consentimento das elites para dirigir a sociedade, desde que ratificassem as condições da subalternidade e mantivessem intacto o condomínio de poder corrupto que assola o país. As elites só desembarcaram devido ao esgotamento e aos limites do projeto econômico e político neoliberal e a ausência de uma nova política econômica de viés neo-desenvolvimentista. O Lulismo faliu porque não deu conta da crise! E também porque cometeu um erro político: ao invés de mudar o sistema, entrou no “esquemão” e propiciou que a corrupção fosse a patamares nunca antes vistos na história desse país.

Lula será preso por isto. Mas, prendê-lo tão somente e depois mudar as regras em benefício do “resto”, que criou esta corrupção, jogará a Justiça em completa descrença. Alimentará as animosidades do povo contra as instituições brasileiras. Inaugurará um período de guerras civis e deterioração do tecido social. O conflito prejudicará a todos.

Agora chegou a hora de ver quem é quem. Ou seja, quem é brasileiro e busca um país melhor. E quem é “facistóide”, ou seja, que quer tão somente o sangue lulo-petista. Esta é a hora de passar o país a limpo. Nem Lulismo, Nem Fascismo.

O grave é que a opção “facistóide” pode conduzir o Lulismo à Presidência. Simplesmente porque Lula dirá: vote nele porque é voto em mim. E hoje, o Lulismo só vence o fascismo nas urnas. O centro do espectro político dividido está contribuindo com um segundo turno entre Neopopulismo Esquerdista e o Fascismo de Direita. Olha o perigo!

Cabe ao Supremo Tribunal Federal coerência. Todos corruptos na cadeia gerará credibilidade jurídico-política. E alimentará a esperança popular em dias melhores, abrindo espaço para novas lideranças políticas atualizadas à capacidade socioeconômica do país. Responsabilidade histórica do STF.