Foi sepultado na manhã desta quarta-feira em Marília o barbeiro Nilson Bicoletto, o Dinho Barbeiro, 79 anos, um dos profissionais mais tradicionais do setor na cidade e figura conhecida por seu trabalho, paixão pelo esporte e família.
Dinho atuava na área há mais de 60 anos. Começou como aprendiz no centro da cidade. Com o tempo e crescimento pessoal e profissional, transferiu seu salão para a rua São Bento, junto à casa onde vivia, e montou o Salão São Miguel.
Mantinha muitas das tradições que desapareceram do serviço em salões de barbearia e corte de cabelo. Recebia os clientes com músicas sertanejas clássicas, boleros, pagodes, jornal ou revistas.
Atendia em casa alguns dos clientes mais antigos que já estavam doentes. Também fazia atendimentos especiais a moradores de rua e clientes de baixa renda.
Apaixonado pelo Santos Futebol Clube, mantinha decoração de pôsteres do clube, camisa especial do clube em homenagem a Pepe, lembranças de Pelé e Neymar. E foto do neto, Henrique, que muitas vezes aparecia no salão.
Foi um criador premiado de pássaros, chegou a manter dezenas de canários em um espaço ao lado do salão. Também deixava o salão em algumas viagens com amigos para pescaria.
Mas tinha na família sua grande paixão. Religioso, fez com a esposa, Neusa, viagens a alguns dos principais pontos de concentração e fé católica, como em Fátima.
Dinho estava internado há alguns dias em consequência de grave infecção. Deixa também os filhos, Renato, militar da reserva e advogado, e Ana, que trabalha na Unesp de Marília.