Marília

Mapa da USP mostra sítios arqueológicos indígenas na região de Marília

Mapa da USP mostra sítios arqueológicos indígenas na região de Marília

Um mapa interativo produzido por pesquisadores da USP (Universidade de São Paulo) que lista pontos de descobertas, detalhes de data, estilo povos e mostra série de sítios arqueológicos indígenas na região de Marília.

Focada em divulgar as descobertas de fósseis e sinais da presença de dinossauros, a região de Marília explora pouco estes espaços que tratam de pessoas.

A pesquisa mostra compilação de dados e revela ainda que muito material se perdeu em obras, urbanização, formação de represas que engoliram sinais de vidas desenvolvidas ao lado de rios.

Cerâmica, machados, urnas funerárias, identificação de conteúdo tupi estão nos documentos registrados em Marília, Vera Cruz, Campos Novos, Salto Grande e mais cidades do Oeste Paulista. Pode ser acessado aqui

É o primeiro panorama sobre a arqueologia de povos indígenas no território que compreende o Estado de São Paulo.

 “Estamos aqui tratando dos vestígios de materiais associados a grupos indígenas que ocuparam esta porção do Continente Americano desde tempos imemoriais. Não temos em nossos bancos de dados sítios associados ao contato com o elemento europeu ou africano”, explica comunicado do grupo.

O mapa apresenta 2.000 que foram cadastrados, até o lançamento, a partir de um banco de dados produzido com a compilação de teses, artigos e relatórios.

“No banco de dados podem ser consultados desde os sítios pré-coloniais até sítios mais recentes, do início do século 20. É a primeira compilação que unifica todas as informações, nunca tivemos isso e é um grande avanço tanto para o conhecimento científico quanto para a comunidade em geral”, afirma Letícia Corrêa, historiadora, mestre e doutora em arqueologia.

Um dos diferenciais do mapa arqueológico criado no MAE é a preocupação em apresentar a filiação cultural, informando sempre que possível o grupo indígena e o tipo de artefato encontrado, como pedras, lascas ou cerâmicas.

“A arqueologia tem um potencial enorme para dialogar com os grupos indígenas. Quando vemos algumas exposições, a impressão é que esses grupos não têm passado. Você nunca vê uma peça arqueológica exposta para mostrar como a presença deles é antiga”, completa o geólogo Astolfo Gomes de Mello Araújo.