Um encontro nesta quinta-feira (19) reuniu representantes do poder público, Ministério Público, Polícia Militar e membros da sociedade civil para discutir a formação de um comitê de ações sociais destinadas às pessoas em situação de rua. A cidade tem cadastradas em Marília atualmente 180 pessoas nesta condição.
A secretária municipal de Assistência Social, Wânia Lombardi explicou que o objetivo da reunião foi reunir lideranças que têm o poder de atuar e recuperar as condições sociais dos moradores de rua da cidade.
“A gente quer criar um comitê, uma coalisão, um grupo multidisciplinar, Inter setorial, para que a gente possa discutir este assunto e verificando ações necessárias”, disse Wânia Lombardi.
“Algumas têm casa, família, mas perderam o vínculo com eles e acabam não aceitando o acolhimento. Muitos são mantidos na rua pela esmola da população. Porque a esmola faz com que essa pessoa tenha muitos direitos, mas não tenha deveres”, disse a secretária de assistência social.
Para o presidente da Câmara, Wilson Damasceno, o comitê de ação social irá contar com total apoio dos vereadores. “O que percebi foi o propósito de buscar uma solução para a população em situação de rua e também para a comunidade. Há a solidariedade, mas é importante se pensar também na segurança da população.”
O promotor Isauro Pigozzi Filho, disse que as ações deverão ter caráter preventivo e protetivo. “Esta população está aumentando, consideravelmente, não só em Marília, como em todo o Brasil. Muito em virtude da situação de pobreza, da dependência química, onde lamentavelmente, temos o crack dizimando várias famílias”, disse.
Segundo o promotor, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) tem solicitado ao Ministério Público o acompanhamento dessa população.
“Agora, coletivamente, vamos ver se conseguimos articular alguma medida de prevenção e de proteção. Proteção no sentido de ofertar e deixar que os técnicos ofereçam os serviços que existem. Prevenção na medida para exigir da PM e colabora com ela, para que possamos reprimir, mesmo que sejam moradores em situação de rua, que estejam armados, fazendo uso ou venda de drogas. Isto não é permitido para qualquer cidadão.”
A capitã da PM, Meire Andréa de Moraes, ressaltou que a corporação irá continuar com a abordagem de segurança e que também irá apoiar a abordagem social.
“Atuamos na abordagem policial. A PM está à disposição para auxiliar a SADS, apoiar nas ações de abordagem social e apoio à população que queira sair desta situação de rua. Não há uma norma proibitiva da pessoa estar na rua. Ela é quem precisa querer sair desta situação e buscar o apoio necessário, não podemos obriga-lo”.
Uma nova reunião será agendada para os próximos dias, para a composição do comitê de ação social, voltado aos moradores de rua.