Marília dobra casos de lesões autoprovocadas; remédios sem prescrição agravam

Entre os dias 1 de janeiro 15 de junho deste ano a Secretaria Municipal de Saúde em Marília registrou 319 casos de lesões autoprovocadas, mais que o dobro das 145 registradas entre janeiro e 17 de junho do ano passado.

O aumento das notificações envolve diversos fatores e na avaliação dos técnicos inclui uso indiscriminado e sem acompanhamento de medicamentos

A violência autoprovocada/autoinfligida compreende autoagressões, tentativas de suicídio e suicídios. Considera ainda atenção as casos com ideação suicida, que não sao notificados mas em tese devem receber cuidado das equipes.

O secretário municipal da Saúde, Marcello Gallo, disse em nota oficial que situações agravantes envolvem vulnerabilidade social, vínculos familiares fragilizados, adoecimento psíquico, insegurança alimentar e situações sociodemográficos.

“Identificamos como fator importante, inclusive, a facilidade de acesso a medicamentos ansiolíticos e antidepressivos (chamados benzodiazepínicos). Fato comprovado diante das notificações que apontam a utilização de medicamentos como instrumento”, diz o comunicado.

Os relatórios semanais mostram que em março deste ano a cidade já havia registrado mais de 180 notificações e superado todo o primeiro semestre do ano passado.

Além dos diferentes fatores para o surgimento dos casos, o aumento de registros podem estar vinculado também a subnotificação em 2023 ou aumento de procura aos serviços oficiais neste ano.