Marília

Marília ganha estação para monitorar meteoros, a 1ª em escola pública

Marília ganha estação para monitorar meteoros, a 1ª em escola pública

Marília entrou, desde sexta-feira, em um seleto grupo de cidades que contam com uma estação da Rede Brasileira de Monitoramento de Meteoros. E para ser ainda melhor, fica em uma escola pública, em um bairro popular, que vai dar aos estudantes oportunidade rara de ir muito além do currículo escolar.

A estação vai funcionar na escola estadual Benito Martinelli e a implantação do programa teve a presença do astrônomo amador Renato Poltronieri e Gabriel Gonçalves – doutorando em Química pela USP/São Paulo – membro do Grama (Grupo Regional de Astronomia de Marília).

O trabalho na escola será coordenado pela vice-diretora, a professa Daniela Rojas, que também é integrante do Grama. “No sábado já tivemos o primeiro meteoro registrado na estação de Marília. Fico muito feliz por um registro científico como esse que poderá ser um marco histórico em Marília”, disse a professora.

A ideia é criar um programa de estágio em parceria com a Bramon – sigla em inglês para a rede de monitoramento –e com o Grama para que os alunos da escola possam aprender as ferramentas de processamento de dados e imagens de meteoros, valendo-se do fascínio pela astronomia como motivação.

“Trata-se da primeira estação da Bramon em Marília e a única do Brasil em operação em uma escola pública. Essa conquista certamente ampliará imediatamente a percepção de alunos, pais, professores, funcionários e diretores da escola e até mesmo de toda a comunidade”, disse o  professor Ivan Glaucio Paulino Lima.

Ivan foi o primeiro biólogo brasileiro graduado no Brasil a desenvolver pesquisas na NASA. Segundo o pesquisador, a estação traz a rotina do monitoramento de meteoros para dentro da escola e cria oportunidade para os alunos poderem contribuir de maneira direta com o processamento de dados científicos de relevância internacional.

A Bramon é a maior rede de monitoramento de meteoros do hemisfério sul. Em 2017 a rede descobriu 122 novos radiantes conhecidos como chuvas de meteoros que foram reconhecidos pela União Astronômica Internacional. 

Ainda em 2017, no dia 14 de dezembro, a Bramon registrou pela primeira vez um impacto lunar ao vivo durante a chuva de meteoros geminídeos, um feito inédito para a astronomia nacional.

A Rede é mantida por voluntários e colaboradores com o objetivo de produzir e fornecer dados à comunidade científica através da análise de imagens capturadas por câmeras de segurança. As imagens são então processadas por um software específico e enviadas para o banco de dados da rede.