
A Prefeitura de Marília inaugura nesta sexta-feira as três estações de tratamento de esgoto em uma obra histórica que vai permitir redução da poluição em córregos da cidade, incluindo o sistema do rio do Peixe, principal manancial de abastecimento de água.
A solenidade irá acontecer na Bacia do Palmital, que fica próximo ao distrito de Dirceu, com acesso pelo final da avenida Brigadeiro Eduardo Gomes, zona leste da cidade. O evento deve ter a presença do ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho.
Chamada “Obra do Século”, tem 430 mil metros de construção – equivalente a 80 estádios de futebol – e vai tratar 1.112 litros de esgoto por segundo, com um sistema de tratamento de última geração importado da Alemanha, país referência em tecnologia voltada para meio ambiente.
BACIA DO PALMITAL
A ETE da bacia do Palmital, a terceira e última etapa do projeto, ocupa uma área de 157 mil m² na zona Leste da cidade, ao lado do distrito de Dirceu, com acesso pelo final da Avenida Brigadeiro Eduardo Gomes.
São duas grandes lagoas de aeração, medindo cada uma 133 metros de comprimento por 77,40m de largura e profundidade de 5 metros. Existem outras quatro lagoas de decantação, com 133m de comprimento por 7 metros de largura. Serão tratados 487 litros de esgoto por segundo na bacia do Palmital.
POMBO E BARBOSA
Em 2019 o prefeito Daniel Alonso já havia entregado as duas primeiras obras do sistema: a Bacia do Pombo e Bacia do Barbosa, já estão em pleno funcionamento, que juntas tratam 70% do esgoto de Marília. A bacia do Pombo recebe 209 litros/segundo e atende uma população de 47 mil pessoas das zonas Oeste e Norte.
A bacia do Barbosa atende 85 mil pessoas da região central e da zona Sul com 416 litros/segundo de esgoto.
COMO FUNCIONA A ETE
O funcionamento da ETE é dividido em sete etapas:
– Gradeamento
O esgoto que vem das residências contém em média 1% de matéria orgânica e 99% de água. A primeira etapa do tratamento é a retenção de materiais grosseiros, como lixo, em um sistema formado por grades.
– Desarenação
Na caixa de areia mecanizada, é feita a remoção dos sólidos presentes no esgoto, como areia, pedras, e detritos sólidos de pequeno tamanho, que passaram pelo gradeamento.
– Geração de Ar Difuso
Três geradores de ar difuso importados produzem o ar que será injetado nas lagoas de aeração, em alta pressão. O sistema é considerado rápido e eficiente, pois potencializa a proliferação de microrganismos que consumirão a matéria orgânica do esgoto, acelerando o processo biológico devido à utilização do ar difuso. O ar pode atingir uma alta temperatura que pode chegar a 100 graus.
– Lagoas de Aeração
Já sem sólidos visíveis, o esgoto é enviado para o tratamento biológico na lagoa de Aeração. Lá, ele é exposto à ação de microrganismos que promovem a degradação do esgoto e condensam em flocos, a matéria orgânica, que até então estava dissolvida no esgoto. Nesta etapa são feitas verificações das características do esgoto para adequação do processo de tratamento, tais como a quantidade de ar para a flotação das partículas e a separação da água dos flocos resultante desta primeira etapa de tratamento.
– Lagoas de Decantação
Após o tratamento biológico, o líquido resultante do processo é submetido a um processo de decantação. Os flocos formados vão para o fundo das lagoas, separando-se da parte líquida, que já está livre de impurezas. No fundo estes flocos se juntam a outros, formando o lodo.
– Leito de Secagem
O lodo produzido durante o processo de decantação será retirado do fundo das lagoas, desidratado, colocado para secar no leito de secagem e posteriormente será transportado para um aterro sanitário especializado. O material após seco pode ser utilizado em diversas aplicações, desde a construção civil, adubo ou ser descartado em aterro sanitário sem provocar danos ao meio ambiente.
– Devolução do Esgoto Tratado ao Meio Ambiente
O esgoto tratado é devolvido ao meio ambiente com aproximadamente 99% de pureza. Apesar de não ser potável, a água resultante do processo pode ser utilizada como água de reuso para lavagem de vias e praças públicas, irrigação, ou devolvida aos rios e córregos, sem poluir o meio ambiente, pois seu tratamento possibilita esse retorno à natureza sem nenhum tipo de degradação ou dano ambiental.