Uma Carta da Paz produzida a partir de debates, trabalhos de pesquisas e conferências apresentadas em Marília será encaminhada para a ONU (Organização das Nações Unidas) e o Itamaraty, centro de controle das relações internacionais do governo brasileiro.
A carta deve ser o principal resultado imediato do Congresso Internacional da Paz, que acontece desde a noite desta quinta-feira no Univem (Centro Universitário Eurípides de Marília) com participantes de diferentes países da América Latina.
O Congresso da Paz terá palestras na noite desta sexta-feira, manhã do sábado e promove no domingo a Caminhada pela Paz, a partir de 9h na praça da Emdurb, quando haverá também plantio de 50 lírios da paz.
As palestras, pesquisas e grupos de estudos debatem condutas, medidas oficiais e posturas pessoais que devem ser adotadas na busca pela paz, um processo constante.
Na abertura do Congresso, na quinta-feira, o reitor do Univem, Luiz Carlos de Macedo Soares, destacou a importância dos estudantes e futuros operadores de direito na construção do processo de paz.
Salão Nobre do Univem lotado para conferência de abertura do Congresso da Paz
“A partir de hoje, desta noite, somos um, somos o mesmo projeto, a mesma determinação na busca pela paz que todos almejamos”, disse Macedo, que é promotor de Justiça aposentado.
As conferências de abertura trouxeram para Marília o juiz Edgardo Torres López, da Corte Superior de Lima e da Universidad Catolica Sede Sapientae, do Peru. Também fez palestra o juiz federal , Antonio Cesar Bochenek, presidente da Ajufe (Associação dos Juízes Federais).
Edgardo Torres disse em entrevista exclusiva ao Giro Marília que o processo de paz envolve o desenvolvimento dos países, mas que não pode ser visto como um problema meramente econômico.
“Paz é uma preocupação, um valor que começa em cada pessoa. Então não se pode dizer que as condições sociais e econômicas sejam determinantes para que cada um torne-se um agente na busca da paz”, disse o jurista.
Ele defendeu o respeito às instituições, criticou a busca da Justiça com as próprias mãos e disse que não há paz for a do reconhecimento dos poderes constituídos, do respeito às leis e à constituições livres e democráticas. “A justiça pelas próprias mãos torna-se também um ato e violência. E não se constrói a paz com violência”, disse.|
O professor Teófilo Marcelo de Area Leão Jr, coordenador do programa de mestrado do Univem e um dos organizadores do evento, explicou que a meta é transformar o Congresso em ponto de partida, promover novo encontro no segundo semestre e a partir dele expandir ações.
“Toda pessoa pode ser uma pacificadora. Da conduta em casa, na forma como educa os filhos, como se relaciona com a comunidade, até as atividades do poder Judiciário, que pode usar as ferramentas da conciliação, da orientação, até da força deque dispõe pela lei para estabelecer condutas de paz~, explicou.
Juristas, pesquisadores eautoridadesna mesa de abertura do Congresso
O Congresso promove ainda lançamento de obras, como o livro Justiça Restaurativa, do pesquisador e jurista Reyler Rodrigues Chavez, do Peru. Além dos conferecistas, recebeu convidados especiais, como a juíza federal Luciana Ortiz Zanoni, os representantes da OAB Antonio Carlos Roseli e Tércio Spigolon, o vice-prefeito Sérgio Lopes Sobrinho, e o vereador e professor do Univem, Mário Coraíni Júnior.
Nesta sexta-feira o evento começou com as palestras de Ivanaldo Oliveira dos Santos Filho, professor da Universidade Estadual do Rio Grande do Norte e pós-doutor pela USP, além de Vicenzo Mandorlo, jurista de Curitiba com estudos gerais em Roma.
À noite acontecem palestras do professor doutor Roberto Bueno e Renato Pedrosa, advogado especialista em mediação de conflitos.
Na manhã de sábado haverá mesa redonda sobre Justiça restaurativa e uma conferência do procurador de Justiça do Paraná Gilberto Giacóia.
Mais informações no site do evento (AQUI)