A intensivista Silene El Fakhouri, 54 anos, coordenadora da UTI Adulto dos Hospital das Clínicas de Marília, foi a segunda profissional vacinada nesta terça-feira na cidade e após a solenidade fez um desabafo sobre a importância da imunização e a sobrecarga no setor.
“A realidade é muito complicada, estamos lotados, as pessoas morrem e o Covid vai vencendo, não escolhe as pessoas. Por isso a importância da vacina, está todo mundo morrendo e após as festas isso estourou”, disse a médica.
Silene trabalha no HC há pouco mais de 30 anos, mestre e doutora em Saúde, contraiu a Covid em outubro do ano passado, fez o isolamento e retornou à linha de frente.
Segundo a médica além da superlotação a preocupação é a falta de perspectiva para redução dos casos graves. Ela disse que a imunização na Saúde é só o pontapé inicial.
“Estou menos preocupada comigo que me paramento muito bem para entrar la dentro, do que com a população. Se eu sou o início, isso é que é o mais importante: é que a população seja vacinada, porque nós não aguentamos mais”, disse a médica.
A técnica de enfermagem Francine Rita de Cássia Domingues Viana, 32, a primeira a ser vacinada em Marília, disse que a equipe vive muitas angústias “mas sempre tenta esconder isso um pouquinho e colocar o paciente em primeiro lugar”.
“Agradeço a Deus por estar nesse momento histórico que é o começo do fim dessa epidemia. Muito alívio, dá uma esperança a mais, um gás a mais para continuar cuidando.”