Marília

Médico de Marília tem artigo premiado em Congresso Europeu de Anestesia em Pediatria

Médico de Marília tem artigo premiado em Congresso Europeu de Anestesia em Pediatria

O médico anestesiologista Teófilo Augusto Araújo Tiradentes, membro do corpo clínico do SAM (Serviço de Anestesia de Marília) e da Santa Casa da cidade, teve artigo científico premiado no Congresso Europeu de Anestesia Pediátrica, realizado de 28 a 30 de setembro, em Praga, na República Tcheca. O estudo de destaque foi publicado no British Journal Of Anaesthesia, considerado o segundo maior jornal médico de anestesiologia do mundo.

Trata-se da tese de mestrado do médico Teófilo Augusto Tiradentes, intitulada “Parada Cardíaca por Fator Anestésico em Pacientes Pediátricos: Revisão Sistemática com Metanálise Proporcional e Análise de Metarregressão”, na Faculdade de Medicina da Unesp (Universidade Estadual Paulista), de Botucatu. O orientador é o docente Leandro Braz.

Também colaboraram para a realização do artigo científico os seguintes profissionais da medicina: Leandro Gobbo Braz, Sharon Einav, José Braz, Vânia Nogueira, Marluci Betini, José Corrente e Mariana Braz.

“Realizamos revisão sistemática de estudos já publicados e disponíveis na literatura médica sobre o tema de parada cardíaca em crianças que precisaram de qualquer procedimento sob anestesia até 24 horas após a cirurgia ou procedimento. procuramos avaliar a quantidade de crianças que sofriam uma parada cardíaca sob anestesia. Ainda fizemos classificações dessas crianças por faixa etária e de acordo com seus países, hospitais em que foram realizados atendidas, os procedimentos e cirurgias realizados e calculamos o quanto dessas crianças sobreviveram”, explicou ele. 

A pesquisa ainda relacionou quantidade de paradas cardíacas em anestesias em crianças com o IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) dos países de publicações desses estudos, dividindo as publicações anteriores a 2000 e após o ano de 2001.

“Com a melhora do cuidado em saúde, treinamentos mais comum entre os médicos, maior desenvolvimento da tecnologia em saúde, o desenvolvimento e treinamento dos especialistas e a exigência desses treinamentos como o Suporte de Vida Avançado em Pediatria, para citarmos um exemplo, seria coerente pensar que ao longo do tempo, as paradas cardíacas em crianças sob anestesia tendem a diminuir”, disse o médico.

O estudo mostrou que parada cardíaca em anestesia em crianças é um fato muito raro. “Fato que realmente diminuiu somente em países ao longo do tempo antes do ano 2000, somente em países desenvolvidos (IDH > 0,8); e aumentou ao longo do tempo em países em desenvolvimento (com IDH < 0,8) antes do ano 2000. Após 2001, a quantidade de paradas cardíacas em crianças aumentou tanto em países desenvolvidos quanto em países em desenvolvimento, sendo esse número maior em países em desenvolvimento. E temos algumas razões para isso”, enfatizou Teófilo Augusto Tiradentes.

Nos países desenvolvidos, as paradas cardíacas em crianças relacionadas a anestesia diminuiu no século passado porque realmente o cuidado com a saúde aumentou ao longo do tempo naqueles países, onde são realizados maiores investimentos na capacitação dos profissionais, os trabalhos estatísticos mais confiáveis, o investimento em tecnologia em saúde é realizado de forma mais eficaz. Além disso, há protocolos e formas rígidas de conduzir pacientes críticos e não-críticos entre outros fatores.

“Quando comparamos países desenvolvidos com países em desenvolvimento, os cuidados descritos acima acontecem ou muito pouco ou em regiões especificas, ou ainda não acontecem como em muitos países africanos e do sudeste asiático. Sendo assim, observamos que as paradas cardíacas em crianças aumentaram com o passar do tempo no século passado, pois eram procedimentos realizados com baixa margem de segurança, em locais por vezes indevidos, sem tecnologia suficiente ou se presente, não eficiente o necessário para a segurança das crianças.”

A análise do novo sécilo mostrou que nos países desenvolvidos, apesar do excelente cuidado com a saúde, da excelente formação profissional, e da avançada tecnologia em saúde, crianças cada vez mais com doenças mais graves passaram a ser atendidas e procedimentos cada vez mais complexos foram executados (como por exemplo as cirurgias intra-útero). 

“Infelizmente, nos países em desenvolvimento, no nosso século, os números de cirurgias em crianças aumentaram, assim como a complexidade dos procedimentos também se elevou, fato semelhante ao ocorrido nos países desenvolvidos. Porém as condições estruturais e os demais recursos tecnológicos e físicos para que se sustentasse esse aumento com qualidade e segurança para as crianças que possuem doenças complexas, não acompanharam esses números. O que se observa é que as paradas cardíacas em crianças se elevou nos países em desenvolvimento.”

Para conferir o estudo na íntegra, acesse o link oficial da publicação