Uma mensagem para condenar machismo e abusos em trotes universitários e anunciar programa de atividades sobre o tema no Daca (Diretório Acadêmico Cristiano Altenfelder) virou debate e polêmica entre estudantes da Famema (Faculdade de Medicina de Marília).Com o texto, o coletivo convida para atividades já programadas. No dia 3 de março discute na sede do diretório o tema “A mulher no trabalho em saúde”.
No dia 8 de março, Dia Internacional da Mulher, haverá nova atividade em conjunto com a Unesp. E no dia 11 de março haverá sessão de Cine Debate com apresentação do filme “As Sufragistas”, sobre a história da luta de mulheres inglesas para conquistar direito ao voto.
Mas a mensagem inclui diversas considerações sobre abusos e assédio em trotes e eventos de ambiente universitário em geral, sem atacar ou identificar qualquer ato praticado dentro da Famema.
“Durante as festas e momentos da recepção da nova turma, as mulheres em geral, mas em especial as calouras, sofrem frequentemente situações de assédio e coerção. Devido a ideologia machista e hierárquica, os veteranos sentem-se donos e com acesso livre aos corpos das calouras, hostilizando-as, quando não estão interessadas, e violando os limites impostos por elas”, diz um dos trechos.
A mensagem provocou reações de apoio ao coletivo e eventos mas também críticas à mensagem e sobrou para o diretório.
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Os posts favoráveis incluem mensagens como “mandaram bem” e “machismo, não passará”, mas foram seguidos por mensagens de críticas e manifestações contra o diretório.
“Acho muito válida toda discussão sobre o trote, mas quando leio esses textos que vcs escrevem fico pensando se vcs estão falando sobre a FAMEMA. Pq se eu fosse caloura e lesse isso ficaria com medo de vir pra cá, iria achar que aqui é o ambiente mais machista, opressor e “trotista” que existe. E não sei, ou eu sou cega ou as pessoas me respeitam mto msm, ou sou mto alienada Pq nunca sofri nenhum assédio moral ou sexual e nenhum trote e tbm nunca vi ngm sofrer. Acho que vcs estão exagerado bastante”, disse uma aluna.
Outras respostas foram “isso ta ficando cada vez mais chato, beirando o persecutório” ou “ao invés de reivindicar um laboratório de patologia que não existe em uma faculdade com 50 anos de existência vcs ficam discutindo isso???”. Alguns alunos postaram a hastag #ODacaNaoMeRepresenta .
“Esse texto só diz o óbvio: (1) A sociedade é machista (2) A FAMEMA não é um mundo mágico isolado onde isso não acontece. Aliás, está muito bem colocado que todos os espaços da faculdade estão sujeitos a essas práticas e há um convite para que repensemos isso juntos. Ninguém está falando pra caloura não ir em espaço X ou Y, nem criar um clima de pânico”, aponta uma das respostas aos comentários negativos.
Para acessar o post e as respostas, vá à página do Daca no Facebook (AQUI). Clique AQUI para ler a íntegra da carta divulgada na mensagem
