Eleitores de Marília ainda não perceberam o que gestores em algumas das principais instituições já sabem: a capacidade e qualidade na atuação de mulheres em cargos de comando.
Apenas duas das 13 cadeiras na Câmara da cidade são ocupadas por mulheres. Sílvia Daniela Domingos D’Ávila Alves, a Professora Daniela, cumpre seu segundo mandato, e Vânia Ramos caminha para encerramento do primeiro.
Na prefeitura, que depende de nomeação política, a situação é ainda pior: apenas uma das 17 secretarias é comandada por uma mulher.
Wânia Lombardi graduada em Processos Gerenciais pela Univem (Centro Universitário Eurípides de Marília) e Pós-Graduanda em Gestão Pública, está à frente da pasta de Direitos Humanos, depois de comandar Assistência Social.
A cidade tem ainda uma – a primeira – deputada estadual. Daniele Mazuqueli Alonso, a Dani Alonso, empresária, formada em Arquitetura e Urbanismo pela Unimar (Universidade de Marília) e especialista em gestão pública. Presidente da Acomac (Associação dos Lojistas de Materiais de Construção Centro Oeste Paulista) e faz parte da diretoria da Anamaco (Associação Nacional dos Lojistas de Materiais de Construção).
Mas na saúde pública a maioria feminina esbanja.
O complexo do HC Famema, autarquia estadual com três hospitais, ambulatórios e centro Lucy Montoro, entre outras estruturas, tem à frente a especialista em Saúde Pública Paloma Libanio Nunes. O Hemocentro tem uma hematologista com currículo de sobra – Renata Baldissera Cardoso.
Em torno da ABHU (Associação beneficente Hospital Universitário) também tem mulher no comando: Márcia Mesquita Serva Reis é presidente na Associação, superintendente do Hospital Beneficente Unimar e comanda equipes na gestão da UPA Norte, PA Sul, AME na Unimar e saúde pública de Echaporã, entre outras estruturas.
Graduada em Direito, Doutora em Educação, Fernanda Mesquita Serva é Pró-Reitora de Pesquisa e Pós-Graduação e também de Ação Comunitária na Unimar, coordena diferentes projetos de evolução acadêmica e atendimento social. Atual no suporte ao desenvolvimento da cidade com participação como vice-presidente na Acim, ativista no Codem e outras instituições.
Conselhos municipais que comandam debates, planejamento e influência de informações na cidade também mostram muita força das mulheres.
Eliza Santos, 48 anos, é secretária Geral do Sindicato dos Químicos de Marília e Região; técnica em Enfermagem e em Segurança do Trabalho; graduada em Processos Gerenciais, preside o Conselho da Igualdade Racial. – Já foi secretária da mulher da Força Sindical, integrante do Conselho da Saúde e dos Direitos das Mulheres.
Lucy Milreu, socióloga, levou a Brasília a atuação no Conselho de Segurança Alimentar de Marília e trouxe de lá o cadastro da cidade para integrar fundo, repasses e planejamento de melhoria no acesso à alimentação de qualidade.
Tereza Machado presidente o Conselho Municipal de Saúde que há meses apura e denuncia problemas no setor. A arquiteta Mariana Valera virou referência nos debates sobre urbanismo à frente do Conselho de Política Urbana.
Mais nomes fortes? Darlene Rocha Costa, bacharel em Direito pelo Univem e aprovada em concurso para Polícia Civil no ano de 2012, chegou ao comando da Delegacia da Mulher em Marília neste ano depois de três anos como adjunta na DIG (Delegacia de Investigações Gerais.
A nova diretoria da Acim (Associação Comercial e de Inovação de Marília), ampliou a atuação das mulheres. Além de Fernanda Serva, tem Valeria Cristina Tamião como terceira vice; Ilma Maria Aires de Lucena como segunda tesoureira e Marli Aparecida Espadoto Costa no Conselho Fiscal. Tem ainda Ednalva Silva Carvalho – Coordenadora do Comitê de Promoção e Campanhas.
Sandra Yamashita Matunoshita, fundadora e dirigente na empresa SOS Alergia, com formação em Gestão de Empresas, Tecnologia em Alimentos na Fatec e Serviço Social na Unimar, é a presidente na diretoria Executiva da Adipa (Associação para Desenvolvimento da Indústria de Produção de Alimentos) com atuação em toda região.
Mulheres esbajam competência, participam diretamente nos bons resultados de desenvolvimento, renda, inclusão, movimentos sociais e atendimento na cidade. Falta tirar o preconceito do voto e das nomeações políticas.