O juiz Ricardo William Carvalho dos Santos, da 2ª Vara Federal de Marília, rejeitou um pedido da defesa do deputado estadual Vinícius Camarinha para adiar uma audiência marcada para dia 27 no processo que apura denúncia de crimes na operação de duas rádios e um jornal em Marília no caso conhecido como Operação Miragem.
O pedido da defesa foi baseado na previsão de uma cirurgia a que deve ser submetido o defensor do deputado e que exigira afastamento de atividades a partir do dia 27.
“Conforme entendimento do STJ e do TRF da 3º Região, a renovação/dilação de prazos e redesignação de atos processuais devem ocorrer nos casos em que o advogado é obrigado a se afastar das suas atividades de forma involuntária e imprevisível, situações em que não há tempo hábil para o substabelecimento, o que não se verifica na situação em questão”, disse o juiz na decisão.
Ele argumentou ainda que como o afastamento não irá ocorrer de forma abrupta não impede que seja indicado outro advogado para acompanhamento da audiência.
“Principalmente, no caso em questão, em que havia outros advogados com procuração para atuar no caso, cujas procurações foram revogadas apenas recentemente (id. 265880883/265880885 – em 14/10/22 e 265037659 – em 05/10/22)”, destacou.
Duas audiências sobre o caso já haviam sido marcadas para agosto e começo de setembro, em meio à campanha eleitoral, mas foram adiadas a pedido da defesa.
O caso teve ainda mais uma tentativa de adiamento, em nome de Vinícius e seu pai, o ex-prefeito Abelardo Camarinha, também acusado no processo, mas rejeitada pela Justiça.
Além disso, a Justiça enfrentou dificuldades p0ara localizar e apresentar citação a alguns acusados – há oito denunciados além de Vinícius e Abelardo.
A Operação Miragem aponta série de crimes – incluindo formação de organização criminosa – em torno da compra, posse e gestão das rádios Diário FM e Dirceu AM, lacradas em agosto de 2016, e do jornal Diário de Marília, fechado em janeiro de 2017.
Vinícius e Abelardo são acusados de serem donos ocultos das empresas, geridas por laranjas. O caso já tem duas delações premiadas entre as provas contra os acusados.
Uma delas de Sandra Mara Norbiato, moradora de Ribeirão Preto e oficialmente registrada como dona das empresas. Ela diz que atuava como laranja na gestão.