O vereador José Luiz Queiros (PSDB) e o secretário da Fazenda Levi Gomes, homem mais forte da administração Daniel Alonso, protagonizaram um bate-boca virtual com troca de ofensas pessoais e políticas que pode chegar à Justiça. José LUiz disse que o secretário fez uma “fala de moleque” em depoimento à CPI da Carne Estragada e Levi Gomes chamou o parlamentar de demagogo e oportunista. O vereador anunciou que vai processar o secretário.
O motivo da briga foi a votação do projeto de lei complementar 18 de 2018 – que extingue, transforma e cria funções gratificadas na administração, cargos de confiança a serem ocupados por servidores efetivos da prefeitura- realizada na noite desta segunda.
José Luiz votou contra o projeto e antes da votação manifestou sua posição. Chamou as mudanças de puxadinho, disse que a prefeitura tem compromisso de apresentar Plano de Carreira em julho e este seria o projeto para as alterações e que a proposta não apresenta informações sobre o impacto financeiro do projeto. A proposta foi aprovada contra três votos: José Luiz, Luiz Eduardo Nardi e Danilo da Saúde,
O vereador afirmou que o “deveríamos ter nessa justificativa quanto impacta no orçamento da prefeitura que diz que não tem dinheiro pra nada”.
Disse que o secretário da Fazenda perdeu oportunidade de colocar as informações no projeto e aproveitou o momento para atacar a postura de Levi Gomes durante depoimento à CPI da Carne Estragada, na semana passada, quando o secretário atacou o trabalho da comissão.
“Deveria se preocupar mais com isso , com o trabalho técnico, e não com falas absurdas, grosseiras e desrespeitosas nessa Casa. Aquilo me ofendeu, como vereador, que foi eleito pelo voto popular. Não fomos nomeados. O secretário vir até à Câmara é absolutamente deselegante, grosseiro, infeliz, arrogante, prepotente, desrespeitando uma atribuição típica do Legislativo que é instituir Comissões Parlamentares de Inquérito. Poder Legislativo um poder, o nome já diz, independente. Estamos aqui como representantes da população que têm direito de investigar o bom uso do dinheiro público. Há que se ter o mínimo de decência, a conduta, aquela fala foi fala de moleque, irresponsável.”
Levi respondeu em uma nota port escrito distribuída em redes sociais por pessoas próximas à administração.
“Agora sim, o vereador demagogo Zé Luiz assumiu sua posição de base aliada dos camarinhas contra o prefeito Daniel e principalmente contra o funcionalismo. Forasteiro e oportunista se elegeu as custas do Daniel e demonstrando ingratidão e falta de caráter mudou de lado, não sabemos quais as vantagens ou benefícios pessoais que recebeu em troca.
Demagogo quando na campanha salarial dizia que o reajuste era ridículo depois votou favorável e aplicou os mesmos índices na câmara, incoerente quanto fazia discurso contra os cargos comissionados, mas quando o prefeito cortou as comissões de seus apaniguados se rebelou contra o governo, vende a imagem de honesto mas ficou com seus veículos emplacados pelo Paraná para pagar ipva mais barato por vários anos, fala em Cpi mas nao tem coragem para pedir as dos tablets, das empresas fantasma de vigilância, sobre os contratos de Informatica, bom. Mas agora sabemos porque, sempre fez jogo duplo, próprio do desvio de caráter.
Bom funcionário público , nos últimos 18 meses trabalhou”……… apenas 8 o resto em licença para concorrer a cargos políticos , como e marajá deu um prejuízo à nação de mais de 600 mil reais… ganha 25 mil por mes por duas horas de trabalho por dia.
Só fala bem do Paraná, pois volte para lá . Este é o maior engodo político que presenciei nos últimos anos, e ainda quer ser deputado por Marilia”, diz a nota do secretário.
O vereador respondeu por suas páginas em mídias sociais. Veja abaixo a íntegra da postagem
“Me dá uma preguiça brigar com gente covarde, mentirosa e sem-vergonha na cara. Mas nesse caso a única solução é a Justiça. Além de não ter decência, não tem imunidade para falar o que bem entender. Nos vemos no Fórum. Será processado, querido. No fundo, é o velho medo de perder a teta do poder em 2020. Os covardes transformam o medo em agressão. Freud explica.
Infelizmente, mudaram os nomes, mas as velhas práticas são as mesmas. Por isso incomodo esse povo, porque não me curvo à safafeza, à indecência, à incompetência e às benesses. Não dependo de cargos, facilidades ou pedidos escusos. A liberdade de não dever favores, não ter cargos, nem rabo preso não tem preço. Já outros são livres como um táxi, como diria Millor.
É óbvio que o secretário da fazenda gostaria que os vereadores fossem capachos, que a Câmara fosse cartório e que ninguém se rebelasse contra trambiques e desrespeitos. Aqui não! A moleza aqui não tem vez! Trate mão de fazer o seu trabalho. E a farra das diárias? As verbas milionárias em publicidade? Os banheiros químicos para violada? Tudo isso e muito mais com dinheiro dos marilienses. Uma pena o seu silêncio. A covardia é um traço de caráter.
Eu sabia que não iria ser fácil! Eu sabia que os desafios seriam grandes. Eu sabia que lidaria com excelentes pessoas e com urubus. Eu sabia que um trabalho sério e independente incomodaria aqueles que se entendem donos do dinheiro público e da cidade.
Ratos gostam da escuridão dos subterrâneos, eu gosto da luz do sol. Aí fica difícil a conciliação.
O povo de Marília merece gente mais preparada, decente e equilibrada a frente da administração da cidade. Gente mais séria. Gente com interesse público acima dos interesses particulares. Por ora, lamento, estamos longe disso.
Eu posso cometer vários erros, mas a omissão jamais será um deles. Perante uma injustiça, uma indecência ou uma malandragem, não esperem de mim o silêncio ou a “coragem” dos leões de grupos de whatsapp que adoram as sombras do poder.”
Não houve ainda nova manifestação oficial do secretário