Marília

Morre em Marília jornalista, fotógrafo e até fundador de boate Mario Marcio Bravos

Mário Márcio Bravos com a mãe, Aparecida Grencia Bravos – Arquivo Pessoal
Mário Márcio Bravos com a mãe, Aparecida Grencia Bravos – Arquivo Pessoal

Mário Márcio Bravos, 68 anos, mantinha ativas duas páginas em redes sociais. Raramente abasteceu qualquer uma delas. Ainda que fizesse publicações diárias, seria pouco para contar a história e as muitas histórias que fez em jornalismo, negócios e vida cultural até sua morte precoce nesta segunda-feira no Hospital das Clínicas de Marília.

Marinho, como era conhecido, filho do jornalista José Arnaldo e de Dona Cida – ambos falecidos – chegou à redação pelo Correio de Marília, onde o pai e o irmão, José Cláudio, já haviam feito carreiras de sucesso.

Foi fotógrafo, enveredou pelos textos e iniciou carreira com outros novatos que se tornaram grandes nomes além das fronteiras da cidade, como Roberto Camargo, José Luiz Zana e Jocelin Machado de Oliveira.

Era época jornalismo ainda era feito em tipografia mas os textos de Marinho chegaram também à internet e algumas de suas produções ainda podem ser encontradas na rede.

Em Marília além de atuar na imprensa foi dono de uma boate – a Módulo Mil, que sob sua gestão passou a se chamar Mamute– próxima à saída para Ourinhos. Manteve ainda uma loja de roupas na rua 4 de Abril, coração do centro comercial da cidade, a Bibalô.

Mudou-se para Rondônia e lá foi jornalista, colunista, assessor político e administrativo, com forte inserção na vida política. Ficou por lá até 2012. Enfrentou perseguição, saiu de lá sob ameaças e pressão em função de denúncias e reportagens.

Em 2013, já de volta a Marília, apresentou problemas de saúde que o impediram de manter a atividade como jornalista. Atravessou batalha judicial por recebimento de aposentadoria, recebia apoio da família e alguns amigos, em especial o ex-vereador e cartorário Marcos Camarinha.

Não parou de fumar ou beber. Na semana passada apresentou problemas de estômago, estava há dias sem alimentação em função disso e foi internado, até seu falecimento.

Em uma das páginas nas redes sociais, Marinho se permitiu uma definição pessoal de apresentação. “Sou um cara legal e bruto na minha função. Amável com minhas amizades. Não levo desaforo pra casa. E amo minha vida cheia de aventuras todos os dias.”

O velório será feito a partir de 8h e sepultamento marcado para 10h30 da quarta-feira, dia 26, para esperar chegada de familiar que vive no exterior.