Marília - Morreu em Marilia nesta quarta-feira o engenheiro, empresário e ex-vereador na Câmara de Marília José Carlos Santos de Almeida, 81 anos, que deixa legado político e de trabalho.
Nasceu aqui, em 19 de janeiro de 1944, filho de Galdino Alfredo de Almeida – que também foi vereador – e Luiza Santos. Segunda geração da família Almeida, que fundou o Bradesco, atuou na Porto Seguro e urbanização da cidade, só saiu de Marília para estudar.
Foi a São Paulo cursar engenharia no Mackenzie. A partir do curso começou a trabalhar na capital, em grandes empresas de construção, em especial para habitação.
Mas voltou no início da década de 70 para viver algumas paixões: a família, o trabalho e a vida política. E para ficar. ““Nunca pensei em sair. Aliás, sempre pensei mais e mais em ficar. Gosto de estar em Marília”, disse ao Giro Marilia em setembro deste ano.
Paixão pela família, trabalho e política
A primeira paixão construiu com a esposa, a professora Carmem Lúcia Tavares de Almeida. Tiveram três filhas – Carla, Fernanda e Juliana -. As duas últimas vivem na cidade.
O trabalho desenvolveu com planejamento e construções. Foi amigo e sócio em escritório do arquiteto Miguel Sampaio, outro grande nome do setor na cidade, falecido em 2021 aos 76 anos.
Ainda na área, foi presidente da Associação de Engenheiros, Arquitetos e Agrônomos da cidade – que reconheceu sua carreira com uma homenagem em 2015 -.
A atuação política envolveu trabalho técnico em diferentes mandatos e administrações municipais a partir da gestão do então prefeito Pedro Sola. E dois mandatos.
“Eu cumpri dois mandatos. Foi o que me comprometi a fazer e fiz. Fiz os dois com ideal.”
Engenheiro e vereador em Marília
Em 1982 lançou sua primeira candidatura a vereador. Teve expressivos 996 votos e conquistou o primeiro mandato.
Contava que fez a campanha em poucos dias em que percorreu a cidade. Avisou a família que faria os encontros, passava os dias em campanha e contatos.
Buscou a reeleição em 1992. Teve 910 votos e além do retorno ao Legislativo foi presidente da Câmara e coordenou trabalhos de criação da Lei Orgânica.
“Ninguém nunca havia feito, ninguém sabia perfeitamente como fazer. E nós fizemos, com o conjunto técnico da Câmara, com os outros parlamentares. E quando ficou pronta muitas cidades pediram o modelo. Eu viajei muito com a Lei Orgânica debaixo do braço”, conta.
Como parlamentar passou a integrar e depois foi presidente da Uvesp, a união de vereadores no Estado. Pela entidade atuou em diferentes municípios onde instalou diretorias. Colecionou homenagens e projetos.
Não deixou de acompanhar e participar de campanhas, análises políticas e ações comunitárias. Foi rotariano no Rotary Marília de Dirceu e pelo clube participou em muitos projetos de atendimento social.
Viu as filhas Juliana e Fernanda disputarem eleições. Acompanhou as campanhas como pode. Com Juliana, em 2020, estava nas ruas. Com Fernanda, no ano passado, já com limitações impostas pela saúde, fez contatos e participou em alguns eventos públicos.
A sua última frase na entrevista de setembro para o Giro foi um resumo do que fez: “Valeu muito a pena.”
O velório será na Sala Master do Velório Municipal de Marília a partir de 15h e a cerimônia de despedida na quinta, dia 6, no Crematório Angelus Maringá às 12h.