O advogado, professor e contador Antonio Carlos Cardoso, 91 anos, faleceu nesta quinta-feira com legado de atuação profissional, estudos e influência para trabalho de gerações de profissionais na área.
Nascido em Avanhadava em 1º de novembro de 1930, fez o então ginásio em Araçatuba e em Marília a Escola Técnica do Comércio. Atuou como contador até 1961. Enquanto trabalhava em contabilidade, iniciou o curso de Direito em Bauru. Formou-se em 1958, já como profissional reconhecido e influente na cidade.
Entre 1954 e 1972 foi integrante do Lions Club na cidade. Em 1983 passou a integrar o Conselho Curador da Fumes, mantenedora da Famema, do qual foi presidente. Na década de 50 foi suplente de vereador.
Nos anos 70 foi consultor na criação da Codemar, da qual era acionista e atuou como conselheiro fiscal por anos. Foi também professor na então Fundação Eurípides Soares da Rocha – hoje Univem – e na Unimar, tanto para aulas de processo civil quanto de direito comercial.
Mas sua atuação ia muito além destas áreas. Direito criminal, de Família e até eleitoral foram outras linhas de atuação. teve destaque em casos polêmicos, como na defesa dos então prefeitos Domingos Alcalde e Salomão Aukar contra tentativas de cassação de mandatos.
Influenciou gerações de profissionais que atuaram em seu escritório ou que buscaram orientação, que ele sempre distribuiu com muita disposição. Ficou conhecido como mestre, homenagem que recebia com alegria mas dizia não merecer.
“É uma perda muito grande. Era muito estudioso, muito curioso, muito atento à questão cultural e um incentivador para que todos estudassem. Atendida a todos que o procuravam, guardava as informações a ponto de procurar o advogado dois anos depois para contar sobre novas decisões e acórdãos, disponibilizar documentos”, diz o amigo Antonio Carlos Roselli, que advogou com Cardoso por 40 anos.
Oswaldo Segamarchi neto, que também atuou no escritório por algumas décadas, diz que Cardoso foi inspirador. “Um sábio, que deixou legado gigante. Mas acima de tudo um homem inspirador”, afirmou.
CIDADÃO
Em 2002 recebeu o título de Cidadão mariliense por iniciativa do vereador Eduardo Nascimento e em 2009 recebeu uma homenagem da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) na por sua história de atuação.
Colaborador em jornais e rádios, escrevia bem, dominava diferentes idiomas e influenciava os colegas a estudar sempre. A biblioteca era um dos grandes destaques no escritório que manteve por muitos anos na avenida Rio Branco, no centro da cidade.
Casado com Lourdes Athayde Cardoso, teve dois filhos – Luiz Antonio e Helenice -. Viúvo, teve depois nova união com Magna Amador Lyrio, com quem viveu por 25 anos.
Vivia em uma casa de acolhimento há quase dois anos em medida adotada pela família por suas condições de saúde. O velório será fechado para convidados e não há informações sobre sepultamento.