Quase três meses depois de sua conclusão, o relatório da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Carne estragada em Marília alimentou uma nova denúncia de improbidade contra o o prefeito Daniel Alonso.
Daniel, o ex-secretário da Educação, Roberto Cavallari, a ex-coordenadora da Cozinha, Dolores Vianna Locatelli e a nutricionista Claudia Silvana de Campos foram acusados de improbidade com violação aos princípios administrativos.
A ação cobra a devolução do prejuízo, avaliado em R$ 1,099 milhão, além de perda de direitos políticos e eventual cargo público dos quatro acusados. É a quinta ação de improbidade protocolada contra o prefeito neste mês, a sexta em menos de 30 dias.
O promotor Oriel da Rocha Queiroz anexou à denúncia o relatório da CPI, que apontou sinais de improbidade na conduta dos quatro envolvidos e ainda citou a semelhança entre a apuração promovida pelos vereadores e a investigação oficial no Ministério Público.
“Os dignos membros da CPI ouviram praticamente as mesmas pessoas que prestaram declarações no incluso inquérito civil”, diz a denúncia.
A CPI marcou um momento de racha na base aliada do prefeito e foi aprovada um mês depois de o escândalo da merenda ser divulgado pela própria prefeitura. A Câmara instalou a comissão com dez dos 13 votos de vereadores – apenas José Albuquerque, Cícero do Ceasa e Marcos Rezende votaram contra a investigação.
O promotor acusa desperdício de carne além de riscos à segurança alimentar de ‘milhares de crianças’ pelas condutas dos quatro acusados e aponta situações de ação e omissão que teriam levado à perda da carne.
“Todo este quadro caótico está a demonstrar que os requeridos negligenciaram no cuidado com o patrimônio público, causando dano ao erário. Cuida-se de conduta gravíssima por envolver a alimentação de vulneráveis, quais sejam, as milhares de crianças e adolescentes matriculados na rede pública municipal, as quais, acima de tudo, carecem o máximo de respeito por aqueles que recebem da população a incumbência de bem administrar o interesse das nossas futuras gerações”, diz a denúncia.
Os quatro acusados ainda não foram notificados para apresentar defesa sobre o caso.