Marília

Muitos soldados, silêncio, medo; mariliense relata retorno a Paris

Muitos soldados, silêncio, medo; mariliense relata retorno a Paris

Muitos solados nas ruas. População tensa, atenta a qualquer movimento brusco. Uma estação de trens parada por horas com suspeita de bomba. Pouco movimento comercial, aeroporto quase sem voos e mesmo um café, que sempre apresenta música ao vivo fechou mais cedo e em silêncio.

São essas as impressões da mariliense Célia Fassoni, uma psicóloga que há quatro anos vive em Paris onde estuda e trabalha como guia turística, sobre o primeiro dia útil na capital francesa após os atentados que deixaram dezenas de vítimas e muito medo. Célia passou o final de semana em Londres e retornou nesta segunda-feira.

Célia disse ao Giro Marília que impressiona o número de policiais, o armamento e equipamentos ostensivos e a preocupação geral, um medo com o qual ela não estava acostumada em Paris. Para a mariliense, a situação muda a percepção geral sobre Paris.

“Muda seu nível de confiança. Um dos motivos em vir para a cá foi essa visão de paz que eu não conseguia ter em São Paulo. E nestes anos fiquei acostumada a sair, fazer muitas fotos nas ruas, ler em metrôs ou ônibus. Hoje não havia tranquilidade para fazer isso.”

Célia estava com um grupo de brasileiros deixando Paris na noite dos ataques. Não presenciou os atentados. Ainda não localizou amigos que tenham sido atingidos. Ela aponta mudança da cidade em detalhes.

A travessia com longa espera, apesar dos poucos carros e franceses. O retorno também muito longo, horas de espera na balsa. A chegada com os policiamento ostensivo, os pontos comerciais vazios, mesmo a movimentação próxima à Catedral de Notre Dame estava muito diferente.

“O Louvre abriu, a torre terá três noites de iluminação especial, mas não se vê a movimentação, a alegria ou a atração de todos os dias. As autoridades nos dizem para retomar a vida, agir naturalmente, mas é difícil.”

RIGOR POLICIAL

As autoridades francesas detiveram 23 pessoas para interrogatório e apreenderam 31 armas nas operações de busca desde ontem (15) à noite, durante o estado de emergência decretado após os atentados de Paris, anunciou o ministro do Interior, Bernard Cazeneuve.

Ele disse que nas últimas 48 horas foi decidida a prisão domiciliar de 104 pessoas, alvos de atenção particular, e feitos 168 registros para investigação.

O ministro francês informou que das 31 armas apreendidas, quatro eram “de guerra”, adiantando que foram descobertos 18 esconderijos de drogas e confiscados materiais de informática e telefônico.