Marília

Multa por dengue ficou no papel; na polícia, saúde nega larvas na Estruturas Brasil

Multa por dengue ficou no papel; na polícia, saúde nega larvas na Estruturas Brasil

Em nove meses, uma notificação para multa de R$ 23 mil, uma acusação para abalar imagem de político de oposição e uma suposta situação de risco para funcionários, vizinhos e bairros ao lado de um indústria viraram só isso mesmo: conversas e acusações.

A autuação da empresa Estruturas Metálicas Brasil, na zona norte, virou lenda. As irregularidades que teriam provocado a autuação foram negadas em depoimentos na polícia. Uma fiscalização da saúde que virou até inquérito policial chega ao final do ano como um grande nada e pode ter desdobramentos judiciais.

As informações sobre a reviravolta do caso só apareceram agora porque o programa de prevenção de epidemia iniciou planejamento de ronda de fiscalizações que deve atingir o distrito industrial, onde a empresa está instalada.

O Giro Marília teve acesso à informação sobre a ronda e divulgou a previsão de visitas em reportagem que lembrou a autuação da empresa. Em resposta sobre a multa, recebeu documentos do inquérito e uma informação: a autuação aplicada em março deste ano está ainda em análise do recurso protocolado pela empresa. A fábrica, seus funcionários e a comunidade esperam resposta.

O responsável pela fábrica é o empresário Antonio Augusto Ambrósio, o Tato, candidato derrotado a prefeito em 2012 e autor das denúncias de que a Agroatta, uma empresa contratada em regime de urgência para combater a dengue na cidade, não tinha sede, nem funcionários nem qualquer estrutura até ser contratada por R$ 1,2 milhão em Marília.

Assessoria do empresário enviou ao Giro Marília informações de um inquérito policial em que o  atual secretário municipal da Saúde, Danilo Bigeschi, e o ex-secretário, Luiz Takano, foram ouvidos e negaram que os fiscais tenham encontrado larvas do mosquito na fábrica.

Se não encontraram, por que a fábrica recebeu a autuação? Por que foi acusada de não tomar providências para limpeza? E se houve justificativas, por que a multa não foi confirmada?

O relatório do inquérito policial, assinado pelo delegado Flávio Rino Guimarães em 16 de junho, diz que “todos foram unânimes em afirmar que nada de irregular foi constado na empresa e que não foram encontrados focos de larvas do mosquito.”

O Giro Marília encaminou pedido de esclarecimentos à Prefeitura e assim que tiver as respostas vai publicar as informações.