Um mural com o tema “Travessias Humanas: Histórias entre Muros”, vai apresentar até o dia 13 de setembro na Santa Casa de Marília imagens e informações para conhecer, aprender e refletir sobre movimentos migração na cidade.
Foi criado a partir de iniciativa da psicóloga e assistente social Hiordana Bustamante, que cursa doutorado na Unesp de Marília é cidadã boliviana.
“Apesar de o Brasil ter uma nova lei de migração, a realidade para muitos migrantes ainda está longe de ser inclusiva. A falta de regulamentação prática e de uma política pública nacional que garanta acesso igualitário a direitos revela um cenário preocupante”, diz.
Segundo a pesquisadora, a imagem de um Brasil acolhedor frequentemente não corresponde à experiência real dos migrantes, especialmente para aqueles com traços indígenas ou negros, que não são recebidos com a mesma abertura que migrantes brancos.
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“E é por isso que resolvi escrever este projeto, porque acredito ser fundamental mostrar à sociedade as contribuições sociais, culturais e econômicas que a migração proporciona. É essencial reconhecer que todos somos frutos da migração, nesse sentido precisamos deixar de ver a migração como um problema e, em vez disso, encará-la como uma oportunidade de aprender a conviver respeitosamente.”
Hiordana diz ainda que Marília ainda não apresenta políticas públicas específicas para a população migrante, mas a Secretaria Municipal de Direitos Humanos, a Defensoria Pública, o Ministério Público Federal e outras instituições têm atuado para atender essa população.
Os interessados em visitar o Mural Literário “Travessias Humanas: Histórias entre Muros” podem comparecer à portaria central da Santa Casa de Marília, de segunda a sexta, das 8h às 18h.
O projeto é financiado pelo Governo Federal, através da Lei Paulo Gustavo. Além disso, a ação recebe o apoio de parceiros que trabalham com a questão migratória, entre eles: Unesp, através do GEMIIN (Grupo de Estudos em Migrações Internacionais); RAMIN (Rede de Atenção ao Migrante Internacional); Cátedra Sérgio Vieira de Mello; Coletivo Conexão Migrante e agora, a Santa Casa de Marília.
