“Não há nada a fazer. E, realmente, não há”.  Essa frase foi dita em 1971 pelo então deputado Pedroso Horta, a respeito da morte do ex deputado Rubens Paiva.  O episódio é brilhantemente retratado por Elio Gaspari em seu livro A Ditadura Escancarada. E realmente não havia nada mesmo. A esquerda achava que denunciando as torturas o regime se enfraqueceria. Porém, era o ápice do Milagre Econômico. O próprio Nixon em encontro com o Médici lhe Disse: “Para onde o Brasil for a América Latina irá junto”. No inicio dos anos 70, matava-se até ex deputado e nenhum grupo ou movimento armado  conseguia enfrentar a tigrada Militar.

Hoje, passados 45 anos, estamos vivendo indiretamente o mesmo estado de violência e parece que também não há nada a fazer. As polícias de SP e do RJ estão entre as mais violentas do mundo. Há praticamente todos os dias uma noticia de violência praticada por eles. Há uma insegurança muito grande no país. Tanto por parte da população trabalhadora que teme os bandidos, quando por parte da população trabalhadora que teme os policiais.

O Estado do RJ está à beira de um colapso na segurança. O Estado é governado pelo PMDB a mais de 13 anos e só agora eles (governo) admitem o caos que Estado vive e tudo isso, a beira de uma Olimpíada. Se o Exercito não for para as ruas cariocas, o maior evento esportivo do mundo não se realizará. Uma clara declaração de incompetência por parte dos órgãos públicos daquele Estado. Uma vergonha total.

E o que dizer do Estado de São Paulo? Segundo a Ouvidoria das polícias do Estado, os policiais mataram 191 menores nos últimos 6 anos. (g1globo.com – 28/06/16). Sou a favor da redução da maioridade penal. Acredito que se um menor, mata, rouba…ele tem que ir para a cadeia e responder pelos atos. Porém, a polícia não pode sair matando a torto e a direito como está fazendo agora.

No começo dos anos 70 o Delegado Fleury com seu Esquadrão da Morte matava e depois investigava. Hoje com tanta violência a policia carioca e paulista esta fazendo a mesma coisa. Ou seja, não a nada a fazer.