Marília

Namorada relata troca de agressões antes de tiros em rodeio; segurança não viu

Soldado Morani durante disparo no rodeio de Marília – reprodução
Soldado Morani durante disparo no rodeio de Marília – reprodução

A assistente-administrativa D.C., 42, namorada de Hamilton Ribeiro Júnior, 29, morto a tiros durante o rodeio de Marília, disse à polícia que ele e o soldado Morani Siqueira Rosa, 37 anos, trocaram socos em agressões mútuas antes de atirador sacar sua arma.

O relato da briga é parte do inquérito que apura as circunstâncias da morte e que já recebeu também a manifestação de dois profissionais da equipe de segurança, incluindo o supervisor do serviço. Nenhum dos dois viu a briga e os socos antes dos tiros.

A namorada disse em seu depoimento que ela conversava com uma mulher que estava próxima – todos na área de pista VIP, em frente ao palco – a quem teria pedido um cigarro, quando o policial chegou.

Disse que o PM estava “exaltado” e “querendo arrumar confusão”. Acusou Moroni de “encarar Hamilton sem qualquer motivo”. Não viu quem desferiu o primeiro soco.

“Hamilton permaneceu onde estava e, em nenhum momento desrespeitou alguém, e nem sequer falou com a moça para quem a declarante pediu o cigarro”, diz o registro do depoimento.

O gerente operacional da equipe de segurança, morador de Jaú, disse aos policiais que estava na frente do palco onde a cantora Lauana Prado fazia sua apresentação.

Disse ter visto quando Morani fez dois disparos pela frente e um terceiro enquanto Hamilton tentava fugir. Afirmou que foi ele quem interveio e tomou a arma do atirador.

“Viu que este estava com a boca sangrando, aparentando ter sido agredido fisicamente” mas que não viu a briga antes, “não percebeu a vítima e o autor se atracando em socos antes dos disparos”.

Outro integrante da equipe de segurança afirmou que ajudou a retirar o atirador, que encontrou caído em virtude de agressões de parte do público do show, e confirmou que ouviu da namorada da vítima a versão sobre a briga.

A polícia deve receber em até 30 dias os laudos médicos do caso que envolvem análise da vítima e do atirador, tanto para lesões quanto para consumo de álcool ou outras substâncias.