O ex-secretário da Fazenda e ex-chefe de gabinete em Marília Nelson Virgílio Granciéri, protocolou nesta quarta-feira, 13, na Câmara Municipal, uma carta de esclarecimento, junto com um pedido de adiamento de seu depoimento à CPI que investiga o rombo financeiro do Ipremm (Instituto de Previdência do Município de Marília). Na carta, Nelsinho informa que tomou conhecimento de sua intimação através da publicação no Diário Oficial de Marília.
O ex-secretário solicita em “caráter excepcional” a mudança de data de seu depoimento, em virtude de estar trabalhando como vendedor, na cidade de São Paulo, capital, e não ter conseguido a “liberação” para comparecer à CPI, nesta quinta-feira, 14.
Nelson Virgílio Granciéri informa ainda que nos meses de janeiro e fevereiro de 2018, estará à disposição, todas às sextas-feiras, para vir à cidade e prestar os devidos esclarecimentos.
A CPI irá definir uma nova data para a oitiva de Nelsinho, após ouvir o atual secretário da Fazenda, Levi Gomes, amanhã, 14, a partir das 14h na sala Nasib Cury.
MORETTI
Na tarde de hoje a CPI ouviu o ex-secretário Sérgio Moretti, que exerceu o cargo entre 21 de janeiro de 2013 e 31 de dezembro de 2016, durante a gestão de Vinícius Camarinha como prefeito. Moretti disse aos membros da comissão que quando assumiu a Fazenda “ a dívida com o Ipremm era de R$ 38, 5 milhões”.
O ex-secretário disse também que, em maio de 2013, foi feito um novo parcelamento de R$ 63 milhões para ser pago em 240 meses (20 anos). Moretti atribuiu a falta de repasses e pagamento ao Ipremm, à crise financeira do país.
“A recessão que assolou o país foi a principal causa do não pagamento da prefeitura ao Ipremm. A partir de junho de 2014 a receita caiu muito e mal dava para pagar as contas essenciais para que a prefeitura continuasse funcionando”, disse. Ainda segundo o ex-secretário “com a crise econômica do país, a receita do município diminuiu muito e a demanda de serviços da cidade aumentou”.
Sérgio Moretti declarou que era ele quem definia a prioridade dos pagamentos – ou não pagamento – mas que havia a anuência do ex-prefeito, Vinícius Camarinha. “Tudo que passava pela Fazenda era de conhecimento do ex-prefeito, que concordava com nossas decisões”, explicou.
Questionado pelos membros da CPI, por qual motivo a prefeitura não respondia os ofícios enviados pela presidência do Ipremm, o ex-secretário da Fazenda alegou que registrava no ofício o seu parecer e, em seguida, o enviava para o gabinete. “Quem tem o dever de enviar uma resposta ao Ipremm é o gabinete (prefeito). O que foi feito ou deixaram de fazer com estes pareceres e ofícios, não sei dizer”.
O relator da CPI, vereador José Luiz Queiroz (PSDB), disse que o grande problema do Ipremm é a falta de repasses, tanto da parte patronal, dos servidores e de aportes desde 1995. “A CPI vai poder montar todo este histórico, com todo o caminho percorrido pela dívida, que hoje representa quase R$ 200 milhões. Também acho fundamental, que os ex-prefeitos sejam ouvidos. Até porque, a responsabilidade final é do prefeito municipal”, disse o relator.