Marília

Nomeação polêmica vira ação judicial contra Daniel e Faneco

Nomeação polêmica vira ação judicial contra Daniel e Faneco

A polêmica com a nomeação de Kedney Simão para dirigir o Observatório de Segurança em Marília não acabou com sua exoneração. A indicação do policial virou uma ação civil pública contra o prefeito Daniel Alonso e o secretário municipal da Administração, o ex-prefeito de Garça José Alcides Faneco.

O juiz Idalêncio dos Santos da Cruz, da Vara da Fazenda Pública, recebeu na sexta-feira uma ação civil pública assinada pelo promotor Oriel da Rocha Queiroz, que responde pela 9ª Promotoria Pública e curadoria do Patrimônio Público, com acusação de improbidade por nomear para a função um servidor sem qualificação exigida para o cargo.

A indicação envolve uma discussão sobre a formação profissional do policial. Cabo da PM, Kedney ocupou um cargo que exige curso superior e formação em segurança pública. Para a promotoria, a formação do policial é de nível técnico, equivalente a ensino médio e apenas oficiais da PM podem ser considerados profissionais com curso superior.

Um dia depois da promotoria protocolar a ação judicial, na quinta-feira, a prefeitura publicou no Diário Oficial a exoneração de Simão e antecipou atendimento a um dos pedidos oficiais do promotor na ação. Mas segue a discussão judicial do caso.

Oriel Rocha pede à Justiça a suspensão dos direitos políticos de três a cinco anos, além de pagamento de multa civil de até cem vezes o valor da remuneração recebida pelo agente e proibição de contratar com o Poder Público ou receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo de três anos.

“O diploma do Curso de Formação de Soldado a) concerne a curso sequencial de formação técnica, especifico para Polícia Ostensiva e Preservação da Ordem Pública, não conferindo ao seu portador Formação em Segurança Pública, próprio dos Policiais Oficiais da Polícia Militar do Estado de São Paulo; b) não possui carga horária mínima de curso superior; c) não possui registro de validade nacional expedido pelo MEC, como prova da formação recebida por seu titular; d) não exige, para sua obtenção, processo seletivo especifico próprios dos cursos de graduação, e assim, não pode ser aceito como diploma de nível superior”, diz a petição inicial da ação.

A discussão sobre o diploma e a ação judicial tornaram-se a consequência mais grave de uma nomeação que provocou outras situações polêmicas. Além da qualificação, o MP acusa o prefeito de nomear o policial por critérios de amizade e relacionamento policial.

Kedney também era responsável por estudos para criação de uma guarda municipal armada na cidade, o que provocou reações contrárias até entre policiais e oficiais aposentados na cidade. Apesar dos estudos e algumas visitas, a prefeitura não chegou a anunciar qualquer medida prática relacionada ao projeto.