Não precisa ser estudante para saber que o Muro de Berlim (1961-1989) foi o principal representante da Guerra Fria e separava ideologias. Porém, foi muito mais que isso, foi uma das principais vitrines do capitalismo às portas do território inimigo. Agora, passados 28 anos de sua queda, outro muro está prestes a ser construído e não representará uma disputa ideológica, mas sim, uma vergonha para seu mandatário e o país que ele comanda.
Ao anunciar que realmente irá cumprir uma das inúmeras promessas de campanha construindo o Muro que separará os EUA do México, Trump e seus eleitores, tentam se esconder da história mais que os alemães fizeram com o holocausto dos judeus e outros mortos durante a II Guerra Mundial. Os apoiadores do Trump não fazem a mínima questão de lembrar que parte do seu território (Texas, Novo México, Arizona e a Califórnia) foram roubados dos mexicanos.
Na Alemanha Ocidental, o Muro serviu muito bem para os norte-americanos ganharem bilhões de dólares com suas grandes indústrias que vendiam de tudo para os alemães que tiveram a sorte de ficarem do lado que não fosse o socialista. Hoje, o presidente dos Estados Unidos tenta barrar a entrada de imigrantes ilegais no seu país. Na época em Berlim, os americanos davam graças a Deus que os alemães do lado Oriental entrassem no lado Ocidental. Além da vitória moral sobre a URSS, representava também um retorno para o seu capitalismo.
Os tempos são outros, mas o personagem principal é o mesmo. Tanto naquela época como nos dias atuais, os EUA se mostram cada vez mais como aquele que faz e não tem medo de nada e mostra claramente que a ONU tem que ser extinta e ficar apenas nos livros de história. Ou seja, os EUA não estão nem aí para a vergonha, só querem saber do seu capitalismo selvagem.