Sempre escutava em músicas ou mesmo na escola, que o Brasil seria o país do futuro. Pois bem, o futuro chegou e o Brasil ficou no passado. Os anos 80, mais precisamente em 1985, com o fim da Ditadura Militar nos reservava um país esplêndido. Com muita liberdade, crescimento, igualdade e esperança de que tudo seria melhor do que os 21 anos de agonias que os militares nos impuseram.
O movimento das Diretas Já, com vários artistas, jogadores, políticos do novos Partidos que estavam surgindo como o PMDB e o PT, faziam a festa com músicas do Milton Nascimento e outros. A Democracia Corinthiana embalava todos os gramados e mostrava que o futebol não é apenas bola, mas sim cultura e política. E o que falar das bandas de Brasília que estavam começando e já contestavam o Regime que chegava ao fim. A Legião Urbana, com o poeta introspectivo Renato Russo, marcou também o fim dessa essa época e no início dos anos 90 pedindo para que os jovens reagissem mais.
Tudo isso passou com essa nova geração. A geração Coca-Cola, ficou no passado e, quando as músicas da Legião são tocadas ou escutadas, a grande maioria dos jovens de hoje, apenas gostam da melodia e nunca prestam atenção nas letras. Não conseguem perceber que aquelas letras tinham a missão de melhorar o país que estava acabando, os dos militares e um novo que estava nascendo, o da democracia.
Não podemos deixar que um Brasil que lutava, que contestava, que criticava e buscava algo de bom para todos fique no passado. Em comparação com o “velho mundo”, ainda somos novos. O importante é menos televisão e mais leitura, mesmo que sejam, histórias do passado, como aquela geração de meados dos anos 80 para que as novas gerações cresçam melhores.