O racismo velado de cada dia

Muitos me questionam o fato de a todo momento eu falar sobre racismo, machismo, homofobia e outros problemas sociais. Mas o que eles não compreendem é que a necessidade de falar sobre esses assuntos é de extrema impôrtancia.

Na terça-feira, dia 19/01, estreou na rede Globo o BBB16, e com ele vieram todas essas questões a partir da revelção de um utensilio específico na cozinha: uma esponja de lavar louça em formato de homem negro de cabelo black power!!! 

É por essas e outras situações que temos que falar diariamente sobre o racismo no Brasil, não podemos nos calar diante de uma situação dessa. Isso só reforça mais os esterótipos negros que muitos brasileiros sofrem, desde a infância sendo alvo de brincadeiras como cabelo de bombril e ou “nega do cabelo duro que não gosta de pentear”.

Como uma amiga disse, diante de brincadeiras como essas ela alisou o cabelo por muitos anos, e ao romper com os alisamentos vieram os racistas velados de plantão questionar e falar que o cabelo fica parecendo mal cuidado. Em pleno século XXI nos deparamos com essas babaquices.

Em 2015 houve um boom nacional de mulheres e homens que resolveram assumir seu cabelo natural, fazendo com que isso se tornasse um ato politico, fazendo com que as pessoas parassem de ridiculariza-los por serem naturais, e mais que isso, a naturalização dos cabelos liberta as pessoas dessa normatização da sociedade, em que prevalece o padrão de beleza das mulheres brancas, o cabelo liso como forma “boa” para a sociedade. 

Vivemos em uma sociedade plural, e não podemos sucumbir à essas normalizações. Somos livres e temos direito de ser quem a gente quiser. 

Faço essa desabafo pela situação que o BBB16 proporcionou e com a esperença que isso não se repita. A cada ato ofensivo à população negra haverá protesto, que ocorre até na casa do reality, onde um participante, Ronan, estudante de filosofia, indagou sobre o uso do boneco e chegou a conclusão que o utensílio servirá como enfeite, não mais como esponja de lavar louça.