Marília

Ocupação nas escolas: Estado declara operação de guerra

Com o aumento no número de escolas ocupadas no Estado de São Paulo, o governo está sendo precionado a mudar sua proposta de reorganização escolar, porém está agindo de forma vergonhosa na resolução deste problema.  

É um absurdo o governo querer que a sociedade civil que está sob pressão faça propostas emergenciais para que as escolas não fechem em poucos dias. Essa ação é desumana e reflete a resistência do governo em dialogar com a população. 

O cerco está se fechando, 2016 já já está aí, e essa proposta de reorganização já é para o ínicio das aulas, ou seja, o tempo está corrido e como já sabemos a reorganização está para além da discussão de oferecer uma escola pública de qualidade (o que é muito grave), mas está em torno da permanência da escola aberta, ainda que não seja boa como deveria. 

Os interesses que estão por trás da reorganização são de escolas do ensino particular, do governo do Estado em economizar com escolas e investir na abertura de presídios e em dificultar a vida escolar dos alunos que são filhos de trabalhores que estão em busca de uma vida melhor. Pensemos: se o ensino público já deixa a desejar e ainda assim a classe baixa está tendo mais acesso às universidades (seja pública ou privada) através de projetos do governo federal -PROUNI, SISU, FIES- essa alternativa do Estado de São Paulo é dificultar ainda mais a vida desses estudantes, ou seja, não é de interesse da elite burguesa brasileira a ascensão do proletariado. Com isso, a resistência de alunos, pais e professores é essencialmente necessária. 

No dia 30/11/2015 a secretaria de educação do Estado de São Paulo declarou  guerra contra as ocupações nas escolas, reforça que a proposta de reorganização já está posta e essa resistência da população só dificultará mais a implantação do projeto.

O problema está que a solicitação de reintegração de posse não está sendo autorizada por juízes, logo, os policiais (agentes do Estado) estão agindo sem legitimação nas escolas, trazendo assim um para estudantes, pais e professores um clima aterrorizante, eles estão agindo com violência sob alegação de dever de proteger instituições do Estado. A contradição está que a proteção não está ocorrendo, uma vez que eles agem contra os ocupantes (na maioria menores de idade) de forma opressora, tentando enfraquecer o movimeto.

Mas uma vez estão querendo silenciar a voz da população que luta por seus direitos. A função real do Estado seria de proteger os direitos dos cidadão e não atender aos interesses de uma porção da elite, fazendo que cada vez mais o ensinos das escolas públicas esteja cada vez pior. 

A ocupação é legítima, abaixo a repressão tirânica de um governo que não cumpre com sua função em um país que clama democracia, onde decisões importantes para o futuro da população são tomadas sem consentimento desta. 

Por isso apoio total às ocupações!