Marília

ONG de resgates rompe com a prefeitura e reduz serviços

Sicoe durante acompanhamento a atividades do Tiro de Guerra
Sicoe durante acompanhamento a atividades do Tiro de Guerra

O grupo Sicoe Anjos da Guarda, que atua em suporte a serviços de segurança e defesa civil em toda a região, anunciou rompimento de serviços integrados com a Prefeitura de Marilia e deve reduzir volume de serviços prestados em suporte ao município.



A ruptura, sem ataques políticos ou críticos, foi drástica: o grupo vai devolver ao município uma ambulância doada em 2014, as chaves de uma sala no estádio Abreusão, o direito de uso do Parque Aquático e cancela o recebimento de uma subvenção mensal de R$ 500.



A medida, divulgada em redes sociais, na verdade muda muito pouco na vida do grupo. A ambulância foi entregue com defeito no motor e não pode rodar.



A sala do Abreusão não é usada por falta de condições e o Parque Aquático, que deveria abrigar treinamentos e atualização não pode ser usado. Quando não trocam cadeados, a entrada dos voluntários é proibida.



“A sala foi oferecida há três anos e nunca usamos. Chegamos no parque e está fechado, trocaram fechadura. Quando não é isso somos proibidos de entrar”, explica Cláudio Schlic, metalúrgico e presidente do grupo.



A subvenção, embora ajude, é muito baixa para o tipo de atendimento e não cobre sequer um pneu da ambulância utilizada pelo grupo em  ações.



O Sicoe (Sistema Integrador de Comando em Operações de Emergência) atende situações em 95 cidades ligadas ao Copom da Polícia Militar em Bauru. Auxilia em situações de resgate, atendimento em grandes acidentes,  grandes eventos públicos ou situações de risco coletivo.



É formado por 80 voluntários de trabalho direto, socorristas ou brigadistas de empresas e órgãos públicos, e envolve um grupo de apoio com mais de 400 pessoas cadastradas.



Funciona em uma garagem emprestada na rua 21 de abril, onde mantém dois veículos: uma ambulância e um carro para deslocamentos. Um foi doado pela receita federal e outro pela Indústria Sasazaki.



“No ano passado fizemos atendimento em dez cidades, além de auxílio em  estradas, em aglomerações, grandes eventos públicos”, explica Cláudio Schlic.



Socorrista formado em curso da Cruz Vermelha, Cláudio  é um dos fundadores do grupo e diz que todo atendimento envolve pessoal treinado para os serviços de apoio, como brigadistas formados em empresas. Todos são voluntários.



“O pessoal doa seu trabalho, a mão-de-obra, conhecimento e treinamento. Temos auxílio da Receita, do Estado e de empresas”, explica.