A empresa de transporte coletivo Grande Marília tentou na Justiça uma liminar para obrigar a prefeitura a conceder subsídios para manutenção do transporte quase duas semanas antes de anunciar que vai encerrar atividades. Não teve resposta.
A Grande Marília é responsável pelas linhas de ônibus que atendem bairros da zona norte e leste além de distritos. O pedido de liminar foi protocolado no dia 12 deste mês em uma ação que corre desde 2018 para discutir o contrato do serviço na cidade.
O pedido ficou sem resposta da Justiça. A Prefeitura recusou subsídio em pedidos administrativos e descarta repassar verbas da cidade para financiar o serviço.
Oficialmente registrada como Transporte Coletivo Grande Bauru, a empresa anunciou na sexta-feira que mantém a decisão de rescindir o contrato e deixar a cidade apesar da previsão de reajuste nas tarifas em 18%, para elevar o preço das passagens dos atuais R$ 3,80 para R$ 4,50
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“O valor sugerido para o aumento da tarifa não se baseia em critérios técnicos, mas sim políticos, e caso a Prefeitura não aponte outra fonte de recursos que complemente o valor necessário para o equilíbrio contratual, a impossibilidade de operar o sistema continuará.”
A empresa regularizou na sexta-feira o pagamento de salários que estava atrasado desde e provocou uma paralisação de motoristas no início da semana, com previsão de greve a partir de segunda. A greve foi suspensa.
Mas anunciou que não existe previsão para o pagamento do salário que vence na próxima sexta-feira e será feito conforme a entrada de receitas.
“A empresa reitera que já não existem mais receitas suficientes para se manter a operação do serviço após tantos descumprimentos de contrato por parte da Prefeitura Municipal e segue o planejamento de encerrar as atividades no dia 31 de março, conforme processo de rescisão do contrato.”
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HISTÓRICO
A Grande Marília integra um grande grupo controlado por conglomerado e nomes de atuação nacional, como a família Constantino – ligado às empresas Reunidas, Breda e Gol – e Jacomelli.
A empresa chegou a Marília após licitação para concessão dos serviços aberta em 2011 na gestão do ex-prefeito Mário Bulgarelli em um contrato com previsão de duração até 2026.
A concessão dividiu o atendimento em dois grupos. A Grande Marília com as zonas norte e leste e a Sorriso de Marília com linhas de ônibus nas zonas sul e oeste.