Um desdobramento da Operação Synthlux em Marília e mais cidades investiga indícios de lavagem de dinheiro e outras fraudes para omissão de lucros que teriam sido obtidos com tráfico de drogas a partir de uma organização na cidade.
Um inquérito em tramitação pela Dise (Delegacia de Investigações Sobre Entorpecentes) averigua caminhos do dinheiro para compra de imóveis, veículos, eletrônicos e eventuais aplicações de recursos.
O inquérito relata indícios de uso de terceiros e laranjas, como usar nomes de parentes na compra de carro acima de R$ 130 mil ou no registro de imóveis.
Em um dos casos, os policiais identificaram 276 transações em uma conta com movimentação de R$ 625.559,88 em depósitos. O acompanhamento mostra ainda envios de R$ 577.385 em 626 transações bancárias.
Compras de lotes em condomínios fechados de luxo a aparelhos de TV avaliados em R$ 7.500 entram na avaliação do patrimônio. Conversas gravadas entre os acusados também aponta movimentação de valores e a projeção de ganhos fáceis na venda e produção de entorpecentes.
A investigação detalha ainda provas de uma esquema de lavagem de dinheiro que usava serviços de um profissional de contabilidade, não identificado, para emissão de notas fiscais frias em valores que variavam de R$ 150,000 a R$ 200.000 como forma de justificar o patrimônio acumulado pela organização.
A operação, deflagrada em fevereiro e coordenada pelo delegado João Carlos Domingues, atinge 28 suspeitos e chega a São Paulo, Matão, Ourinhos e Bauru, entre outros endereços.
A maior parte dos suspeitos já é alvo de mandados de prisão. São considerados foragidos – um deles foi detido em Adamantina na terça-feira -.
A primeira etapa da operação, que chegou a provocar diversas prisões, já indicava muitas informações sobre patrimônio dos acusados e movimentação financeira além da renda dos acusados.
Uma dificuldade para investigação do enriquecimento é o fato de que muitos suspeitos são jovens filhos em famílias de classe média e alta, já com algum nível de patrimônio.