Há muitos anos eu frequentei literalmente a Igreja Católica, foi uma época muito prazerosa não só pela efervescência espiritual, mas pelas amizades que conquistei e que se matem até os dias atuais. Não me lembro mais o nome do local em que participei de muitos retiros na época do carnaval em Adamantina, porém, foram bons tempos e é uma pena que aquele ditado que fala: “tudo que é bom dura pouco” é a mais pura verdade.
Aqueles retiros de carnavais, depois da hora que cumpríamos nossas obrigações com Deus e com todos os Santos, se transformavam em uma verdadeira festa. Confesso, que chegávamos a abusar, como tomar cerveja não casa de Deus, mais sim em suas localidades como aquele local que nos obrigava, era um desses pecados. A operação era simples, amarrávamos uma corda em uma bolsa, a jogávamos para baixo, comprávamos as bebidas, amarrávamos a bolsa na corda novamente e já dentro do quarto que ficava no terceiro andar, puxávamos a mercadoria de volta.
Não ficávamos bêbados e nem nada parecido, era mesmo apenas para alegrar ainda mais o ambiente. Acredito que as irmãs que organizavam os retiros nunca desconfiavam de tais façanhas, mas acho que sabiam que aprontávamos as nossas, não em tais proporções, mas sabiam que não éramos totalmente Santos. Sabiam que estamos ali também para nós divertir.
Hoje, tantos anos depois, ainda me lembro com saudades daqueles tempos, erámos felizes e no fundo sabíamos, mas o tempo passa, as coisas mudam e até para alguns, a religião também muda. O importante é que a felicidade não se perca no meio dessas mudanças, não importa qual religião os amigos seguiram. Não tenho mais vontade de fazer esses retiros, mesmo porque mudei de religião. O que sinto, é saudades daquela época inocente em que Deus olhava para todos nós e erámos mais ligados ao mundo espiritual.