O juiz Ernani Desco Filho, da 2ª Vara Cível de Marília, determinou uma perícia no prontuário médico do músico Cristovam Ruiz, morto em Marília aos 33 anos em 2015 durante atendimento na Santa Casa de Marília.
Cristovam faleceu dentro do hospital durante a epidemia de dengue registrada em 2015 na cidade. Para a família, ele foi atendido como suspeita de mais um caso da doença e teria havido negligência em identificar outras variáveis de diagnóstico.
A epidemia provocou número incerto de óbitos e milhares de pacientes atingidos pela doença. A Santa Casa e todos os pontos de atendimento da cidade registraram grande procura por atendimento.
Em fevereiro deste ano a família protocolou na justiça uma acusação de erro médico com pedido de indenização.
“A controvérsia diz respeito à conduta dispensada ao paciente falecido (Sr.Cristovam Ruiz Pereira) em seu atendimento médico. Sendo assim, imprescindível a dilação probatória com a realização da perícia médica em seu prontuário junto ao IMESC (Instituto de Medicina Social e de Criminologia)”, diz o juiz no despacho.
A decisão abre prazo para que a família, a Unimed, a Santa Casa e o Ministério Público apresentem os quesitos a serem avaliados no processo. Segundo a acusação da família.
O juiz pediu ainda a indicação de um médico perito para responder pela perícia e determinou que após a análise o caso seja reencaminhado para análise de audiência e medidas seguintes
Cristovam deu entrada no hospital às 8h25 do dia 26 de março de 2015. Às 8h45 passou por exame de avaliação de risco e recebeu classificação intermediária, avaliada como risco intermediário.
Na espera, apresentou quadro de febre, dores de cabeça e pressão baixa e às 10h12 foi levado para a emergência. Passou por pelo menos dois procedimentos para receber soro. Faleceu às 12h25.
“Não resta dúvida de que após breve triagem Cristovam Buarque foi recepcionado como paciente com suspeita de dengue, não tendo sido verificado em momento algum um diagnóstico alternativo”, diz a ação com a acusação de erro.