Marília

Polêmica com projeto de obra em igreja de Marília revela acusação de exclusão a autista

Polêmica com projeto de obra em igreja de Marília revela acusação de exclusão a autista

Paróquia com 43 anos de atividade, reconhecida como centro de atendimentos humanitários e sociais, com momentos polêmicos de intervenção em questões públicas, como a defesa de trabalhadores, a Sagrada Família, na zona norte de Marília, repercute em redes sociais por denúncia de recusa à formação de uma criança autista e um projeto ousado e grandioso de reforma do templo.

Perspectiva da nova fachada apresentada em vídeo

O projeto foi apresentado há dois dias em vídeo com pouco mais de oito minutos que mostra detalhes do planejamento arquitetônico da obra. Um prédio bonito e revolucionário frente ao modelo tradicional da igreja e seu salão paroquial.

Mas já na página da paróquia recebeu diversas mensagens negativas pela ostentação, luxo e previsão de gastos com obras que não seriam a prioridade. Críticas que foram aprofundadas em recentes mensagens de repercussão. E ganha destaque a manifestação de uma moradora.

Ela conta que a paróquia negou a seu filho, autista, acesso à catequese. Diz que a alegação foi necessidade de atendimento isolado e que iria demorar um tempo para encontrar alguém.

Prédio atual da paróquia apresentado no vídeo com lançamento de projeto de reforma

“Procuramos com um único pedido: que a tia do meu filho, somente três anos mais velha, ficasse na mesma turma, pois ela também não fez catequese caso contrário eu como mãe que iria acompanhá-lo. Mas falei que meu filho ficar sozinho, ele estaria excluindo e não incluindo.”

Ouviu que ‘nessa turma meu filho não entraria’. E diz que o caso chegou ao bispo. O Giro Marília encaminhou pedido de manifestações à Diocese e espera resposta.

O jornalista Rodrigo Viudes, frequentador e ativista na paróquia, divulgou experiência pessoal com o filho, também autista, em passado nem tão distante mas que foi bastante diferente.

“Até pouco tempo, inclusive, a comunidade atendia os autistas. Sou testemunha da acolhida do Pe. José Antonio de Sousa ao meu filho, em 2022. Por seu caráter afetuoso e empático, este querido sacerdote primeiro prontamente o incluiu para depois resolver como ensiná-lo, até conceder-lhe a Primeira Comunhão”, explica.

Rodrigo diz que o projeto é de uma ‘bela obra’ mas que a restauração da comunidade é um investimentos mais necessário no momento.

Perspectiva do novo espaço de salão paroquial para eventos

A crítica não é isolada. “O que sobra em obra civil, falta em obra junto a comunidade. A igreja se dissipou, não entusiasma mais os jovens, adultos ou idosos”, diz outra manifestação.

“Tudo muito lindo realmente porém nossa paróquia precisa de uma reforma e não uma construção de luxo”, diz outra moradora.

“É uma pena apresentar um projeto luxuoso diante de uma comunidade praticamente órfã nesse momento, as paredes da nossa Paróquia estão em pé, agora a comunidade que pena, está desmoronando…triste”, aponta outro texto.

Há também muitas manifestações em defesa dos gastos, que vão de um simples “foi lindo” a uma defesa da transformação por ser um prédio com mais de quatro décadas.

“Ora tudo melhora tudo transforma, tudo muda porque que a Igreja Sagrada Família, não pode atualizar?”, diz um defensor.