Por que iremos pras ruas hoje?

A Greve Geral continua sendo uma importante forma de luta da classe trabalhadora. No dia de hoje, nós trabalhadores da educação sairemos às ruas para lutar contra a Reforma da Previdência e contra os cortes na Educação. Reina no país uma intensa manipulação que tenta “convencer” a população que esta Reforma da Previdência é “para todos”, que irá “combater privilégios”.

No Plano nacional, a combinação de desindustrialização, recessão, desemprego e subemprego explosivos jogam o país numa profunda regressão social. O maior exemplo das políticas públicas pensadas pelas classes proprietárias se deu no Rio de Janeiro no mês passado. Como acabar com a pobreza e os miseráveis? Witzel deu a solução: basta pegar um helicóptero e exterminar os pobres! Com soluções que passam longe do chamado “desenvolvimentismo”, só resta aos nossos capitalistas exterminar os pobres ou no máximo, administrar a pobreza, desde que a mesma não sobrecarregue os fundos públicos.

O Brasil vive simultaneamente diversos momentos históricos. Temer nos colocou de volta no século XIX, reinstituindo a escravidão, ao acabar com a CLT. Olavo de Carvalho nos joga na Idade Média, Bolsonaro nos jogou em 1964, colocando trabalhadores, funcionários públicos e estudantes como adversários que devem ir pra “ponta da praia”. Como continuidade do golpe de 2016 e da prisão política de Lula – que agora ganha uma nova dimensão – querem finalmente acabar com as demais conquistas da Constituição de 1988, ao liquidar a Seguridade Social, em especial a Previdência pública.

Na mesma esteira – conquistas parciais – como a construção de Universidades Públicas, são agora colocadas em xeque. No dia 15 de maio, dia da greve da educação, milhares de pessoas em cerca de 150 cidades saíram às ruas para mostrar a força de trabalhadores, funcionários e estudantes das universidades públicas. Não fazemos “balbúrdia”, trabalhamos honestamente.

Deliberamos em praticamente todas as unidades da UNESP que hoje iremos pras ruas.  A UNESP vem se configurando com a nova “UERJ”. Nosso colapso pode ser caracterizado pelos atrasos no 13º, intensificação do trabalho, não reposição salarial, multiplicação de contratos de professores precarizados, política de permanência estudantil muito aquém da necessidade dos nossos alunos, funcionários trabalhando por dois ou três. Meses atrás nosso Reitor fez um pedido de adiantamento de repasse ao Governador, ferindo nossa autonomia.

Mais direitos e menos direitas. Mais saúde e menos “saúvas” (classes proprietárias). Mais escolas públicas de qualidade e não menos. Uma melhor previdência pública para a classe trabalhadora. Trabalho não explorado, transporte e habitação de qualidade. Alimentos saudáveis para o povo e não terras e commodities para alimentar os lucros do agronegócio. Uma América Latina livre e unificação das lutas sociais no mundo inteiro. Controle dos fundos públicos pelos trabalhadores. Essas são algumas das bandeiras que podem nos ajudar a sair deste grande poço sem fundo que estamos vivendo.