Marília

Preso na Operação Miragem 2 presta depoimento em Marília

Polícia Federal deixa Diário após operação nesta terça-feira
Polícia Federal deixa Diário após operação nesta terça-feira

Antonio Carlos dos Santos, o único preso na segunda fase da Operação Miragem, que provocou fechamento do jornal Diário em Marília, prestou depoimento na delegacia da Polícia Federal  da cidade, onde chegou na noite desta terça-feira vindo de São Paulo, onde foi detido.

O acusado, identificado como ex-marido de Sandra Mara Norbiato, que figura como dona do jornal, foi acompanhado por um advogado pessoal, de fora da cidade, e não teve contato com jornalistas ou representantes da empresa na cidade.

Além de falar sobre o caso, Antonio Carlos passou por exame por legista na cidade. Não há informações se ele segue preso em Marília ou foi transferido. O caso está em sigilo de Justiça e a Polícia não divulga detalhes da investigação.

Batizada como “Quinto Mandamento” (na Bíblia “não matarás”), a operação investiga crimes de coação (pena de 1 a 4 anos de prisão e multa), que seria ameaça contra testemunhas ou partes envolvidas em processo judicial.

A operação investiga ainda fraude processual (detenção de 6 meses a 4 anos e multa) e embaraço à investigação de organização criminosa (reclusão de 3 a 8 anos e multa).

LACRAÇÃO


Policiais federais deixam prédio do jornal Diário após cumprir mandado em Marília

A chegada do acusado aconteceu horas depois de duas equipes da PF promoverem a lacração do prédio e tirar do ar páginas de redes sociais e o site do jornal. Funcionários foram orientados a pegar pertences pessoais e deixar o prédio. Estão impedidos de entrar.

A empresa está impedida de movimentar veículos, atender público, concretizar negociações de contrato ou qualquer outra atividade enquanto a ordem de lacração não for revogada.

A delegada Márcia de Oliveira Souza, que comandou o trabalho no jornal, chegou ao prédio procurando pelo dono ou responsável. Comunicada que a dona é Sandra Norbiato, de Ribeirão Preto, pediu que um funcionário acompanhasse as atividades.

O funcionário ficou com todas as chaves – de acesso ao prédio e veículos – e a orientação de que qualquer movimentação implica em desobediência com riscos para o funcionário.

A lacração atingiu equipamentos, como proibição de uso do sistema de impressão no jornal. Parte do sistema de impressão já funciona em outro prédio, para onde o jornal todo estaria em processo de transferência.

O Diário funciona há décadas em um prédio alugado, com custo alto que seria um problema em meio a uma grave crise enfrentada pela empresa.

O prédio, com três andares e estrutura que abriga atendimento, pré-impressão, administração e finanças, departamento comercial, redação e produção do jornal, departamento de pessoal e contabilidade além de salas destinadas à administração e aos estúdios das rádios Diário FM e Dirceu AM, lacradas em 2016 na primeira fase da operação.