Marília

Privatização da água atrai holding que tentou comprar OAS

Privatização da água atrai holding que tentou comprar OAS

A maior empresa de saneamento básico do país, a Sabesp, e a segunda maior empresa privada do setor, a Aegea Participações S/A, foram as duas primeiras gigantes da área a mostrar interesse no processo de privatização do abastecimento de água e coleta de esgoto em Marília. A empresa espera a publicação do edital para definir sua participação na disputa.

A Sabesp deve enviar técnicos para um encontro nesta quinta-feira destinado a discutir o passivo judicial do Daem (Departamento de Água e Esgoto de Marília). O encontro já foi divulgado pelo promotor José Alfredo de Araújo Sant´Anna.

A novidade é a o interesse da Aegea, uma megaempresa na área que desde fevereiro aparece entre as candidatas a comprar a OAS Ambiental, braço da empreiteira OAS para serviços de abastecimento, colocada à venda por causa da crise no grupo após operação  Lava Jato. 

A Aegea Participações S/A é uma holding (empresa de sociedade anônima formada por grupo de empresas) com cinco anos de existência mas que já assumiu empresas de abastecimento com mais de dez anos de atuação. A holding já teve representante em busca de informações sobre o Daem enquanto o projeto para autorizar a concessão tramitou na Câmara. O projeto foi aprovado na noite desta segunda-feira. 

Vinculada ao grupo Equipav, com mais de 50 anos de atuação e sede em Lins, a empresa informa em nota enviada ao Giro que “acompanha as principais notícias do setor, como no caso de Marília, que hoje discute publicamente o saneamento e políticas para sua universalização. Todavia o interessa da empresa na participação em uma licitação dependerá da publicação do edital e da análise do documento.”

A Aegea é a 11ª maior empresa no setor – a maioria das lideres é de empresas estatais ou controladas plo governo, como as Sabesp – e a 492ª maior empresa do país segundo levantamento do jornal Valor econômico. 

A empresa está em oito estados e 41 municípios e vem mostrando forte atuação em processos de concessão. Em maio deste ano venceu um com muitas semelhanças ao processo de Marília para assumir os serviços em Bacabal, o Maranhão.

Naquela cidade a discussão sobre privatização ou concessão também causou polêmica. Além disso, a concessão previu condições semelhantes, como a obrigação de a empresa investir em obras. Em bacabal a previsão é gastar R$ 200 milhões, em Marília são R$ 600 milhões. 

O site de apresentação da empresa oferece a medida para o modelo de atuação e foco da empresa para tornar o serviço viável: “para aproveitar este amplo mercado a companhia conta com uma grande eficiência na redução de perdas físicas e comerciais, além de sua forte gestão comercial e, agora, também de distribuição, como no caso da GSS – Gestão de Sistemas de Saneamento.”

Entre as cidades onde a empresa atua estão Piracicaba (SP), Campo Grande (MS); Cabo Frio, Armação dos Búzios, São Pedro da Aldeia, Iguaba Grande e Arraial do Cabo (RJ); Campo Verde, Primavera do Leste, Pedra Preta, Poconé, Jauru, Carlinda, Peixoto de Azevedo, Marcelândia, Santa Carmem, União do Sul, Vera, Sorriso, São José do Rio Claro, Nortelândia, Cláudia, Jangada, Porto Esperidião e Barra do Garças (MT); Penha (SC).