Marília

Procurador denuncia Camarinha por fraude na Merenda; caso repercurte

Mario Bulgareli e Abelardo Camarinha, denunciados juntos
Mario Bulgareli e Abelardo Camarinha, denunciados juntos

O deputado estadual e ex-prefeito de Marília, Abelardo Camarinha (PSB), está oficialmente denunciado à Justiça Federal como um dos envolvidos no escândalo da máfia da merenda.

Camarinha integra uma lista de dez acusados – que inclui ex-secretários municipais e empresários – de fraudes em contratos de fornecimento de merenda escolar no município.

Os crimes teriam ocorrido com os mesmo moldes do escândalo que ficou conhecido como “Máfia da Merenda” e envolve 57 cidades no Estado de São Paulo.

Com Camarinha foi denunciado um antigo parceiro que virou rival na disputa do poder: o ex-prefeito Mário Bulgareli. As acusações, que criavam um corolário de acusações na cidade, é agora um escândalo de repercussão nacional e foi destaque no jornal O Estado de S.Paulo.

Segundo o jornalista Fausto Macedo, os dois estão acusados de corrupção passiva, fraude em processo licitatório, prorrogação irregular de contrato administrativo e associação criminosa.

Em caso de condenação, as penas dos crimes podem chegar a 23 anos de prisão.

Por ainda ser deputado – apesar de uma decisão de cassação proferida em 28 de janeiro – Camarinha tem foro privilegiado perante o Tribunal Regional Federal da 3ª Região (TRF3). O caso tramita na Justiça Federal porque envolve dinheiro da União.

Segundo a denúncia, o esquema teria vigorado de 2003 a 2011. Camarinha é acusado de receber 10% do valor do contrato de merenda e teria recebido repasses mesmo depois de Bulgareli assumir.

A acusação envolve documentos apreendidos na casa de um dos réus. Camarinha, alvo da operação Miragem da Polícia Federal, foi alvo de um mandado de busca e apreensão em sua casa há pouco mais de 40 dias.

“Segundo o Ministério Público Federal, as investigações do episódio envolvendo Abelardo Camarinha desvendaram a prática de formação de cartel, fraudes em licitações, corrupção, lavagem de dinheiro, sonegação e outros crimes, em conluio com agentes públicos municipais”, disse o jornalista no Estadão.