Marília

Professor mariliense aponta falta de proteção em compras online no exterior

Professor mariliense aponta falta de proteção em compras online no exterior

Uma pesquisa transformada em tese de doutorado do advogado e professor André Luís Cateli Rosa em Marília mostra que a legislação e a estrutura jurídica brasileira não está preparada para proteger de forma adequada consumidores nas relações de compras em sites estrangeiros.

A pesquisa “A Proteção do Consumidor Brasileiro no Comércio Eletrônicos Transfronteiriço” foi apresentada nesta quinta-feira para uma comissão avaliadora que envolve professores da Unimar, onde André Cateli cursa o doutorado, e outras instituições.

O trabalho acompanha a evolução do comércio virtual e as possibilidades e facilidades para compras a partir do smartphone, na palma da mão, e em qualquer horário.

“Concluiu que a atual estrutura não é capaz de promover a tutela do consumidor, sendo necessária a adoção de uma estrutura jurídica alternativa”, diz o pesquisador.

André Cateli destaca surgimento de novos modos de simulações e ilícitos, distintos do contexto tradicional, com muito mais dinâmica e conhecimentos técnicos qualificados.

Para ele, existe uma condição de “hipervulnerabilidade”, destacando-se a vulnerabilidade social e a vulnerabilidade própria desse tipo de mercado.

“O consumo passou a integrar a própria personalidade dos sujeitos na atualidade, de forma que o “ser” foi superado pelo “ter”, atingindo a imagem e a própria alma do homem. No que diz respeito à vulnerabilidade própria do comércio eletrônico, foi possível verificar que este abre um universo de possibilidades, diferindo-se do contexto tradicional, o que coloca o consumidor nessa condição em função principalmente do desconhecimento pelo novo.”

O estudo conclui que o Estado deve proporcionar a tutela aos consumidores, considerar a melhor alocação de recursos de maneira eficiente. “Decorre disso que o ordenamento jurídico e seus intérpretes devem levar em consideração os aspectos existenciais do ser humano, dentre os quais se encontram as expectativas legítimas do consumidor, que integram sua dignidade e personalidade.”

O estudo sugere a implantação de normas e plataformas on-line, baseadas nos estudos dos ODRs provenientes da União Europeia e da plataforma consumidor.gov.br com um método multiporta para a resolução de conflitos provenientes do comércio eletrônico (plataforma de resolução de disputas on-line)

“Sob os aspectos econômicos, apresentou resultados positivos no que diz respeito aos tradeoffs, custos de oportunidade, custos de transação, bem como demonstrou uma melhor alocação dos recursos o que resulta em eficiência capaz de viabilizar outras políticas públicas que podem atender as camadas mais pobres da população”, diz o advogado.

Ele aponta que essa estrutura jurídica pode também ser estendida ao comércio eletrônico interno, haja vista que pode resultar em diferencial competitivo para o fornecedor e em mais uma alternativa de acesso à justiça para o consumidor.

A defesa e análise da tese teve a participação da profª drª Jussara Suzy Assis Borges Nassi Ferreira (Unimar); profª drª  Mariana Ribeiro Santiago (Unimar); profª drª Maria de Fátima Ribeiro (Unimar); prof dr Oscar Ivan Prux (Unicesumar); prof dr José Ricrdo Alavrez Viana (Emap) e prof dr Edvaldo Pereira de brito (UFBA).