Um grupo desenvolvido a partir do trabalho da voluntária Kelly Souza, 42 anos, para criar ações de atendimento social em Marília enfrenta o pior momento da epidemia de Covid na cidade com grande campanha de arrecadação de alimentos.
O grupo já atende quase 300 pessoas no cadastro de atendimento em doações que vão de alimentos a obras em uma das maiores mobilizações comunitárias da cidade. O trabalho acompanha iniciativas que Kelly, uma microempresária no setor de moda e acessórios, iniciou há dois anos e cresceu com os pedidos da epidemia, a ponto de suspender o trabalho com roupas para maior dedicação ao projeto.
O principal foco é distribuir alimentos a famílias em situação de vulnerabilidade social. O grupo arrecada, atrai doações até de outras cidades e Kelly faz o trabalho de campo: inclui investigação sobre as informações, condições sociais, de renda, atendimento a crianças e outros detalhes.
“No começo da pandemia muitas pessoas passaram a me procurar porque eu já fazia ações sociais. Comecei a fazer varal solidário, doar roupas e percebi que era mais importante cuidar da fome mesmo: comecei a fazer café da manhã e deixar na porta do brechó que eu tinha”, conta.
Os projetos evoluíram para bazares beneficentes, pedido de doações e formação do grupo, que hoje conta com 30 pessoas que atuam como multiplicadores de arrecadação e contatos.
“A gente atende hoje entre 200 e 300 pessoas por mês. Principalmente com cestas básicas de alimentos, mas também trabalhamos com kit maternidade para mães de baixa renda e até ajuda em reformas”, explica.
O trabalho provoca surpresas: na semana passada a divulgação provocou uma doação de 16 cestas básicas por pessoas desconhecidas de São Paulo.
Em situações de extrema pobreza o projeto desenvolve também obras. A mais famosa foi suporte para horta e casa da pequena Giovana, em Padre Nóbrega. A mais recente a construção para uma família que ocupa apenas um cômodo na comunidade do Argollo Ferrão.
Há alguns dias iniciou uma mobilização para fazer uma Páscoa especial para crianças nas comunidades atendidas. Suspendeu a ação em virtude dos muitos pedidos de cestas básicas. Ainda assim, as doações de chocolates surpreenderam.
“Comecei a campanha da Páscoa mas precisei parar para focar em conseguir alimentos mesmo. Mas chegaram mais de 200 caixas de chocolate, só ontem enviaram cem caixas. Então vamos atender crianças em comunidades que já trabalhamos”, explica.
Doações, apoio e mais informações sobre o projeto podem ser obtidas diretamente com a voluntária pelo WhatsApp 14 99784-5081 ou na página de Kelly no Facebook.