O repasse de recursos estaduais para financiar a Praça do Mirante e o Museu Paleontológico de Marília está ameaçado por um grave problema político: os projetos, memoriais e outros detalhes emperraram na prefeitura e o prazo acabou.
A cidade deve ganhar – por força de pessoal técnico, sem nenhum vinculado com o centro político da administração – um prazo extra e conseguir em dez dias o que não fez durante todo o ano: concluir projetos técnicos com especificações detalhadas das obras.
É a chance, quase perdida, de valorizar a vocação turística da cidade, hoje quase 100% dependente de estruturas e servicos privados cercados de discursos politicos na area publica.
O prazo de entrega dos projetos venceria nesta quinta-feira. Marília ganhou um prazo extra até 10 de novembro.
Os repasses representam R$ 395,9 mil – R$ 208 mil estão destinados à primeira etapa do mirante e R$ 187,9 mil, destinado para reestruturação e incremento do Museu de Paleontologia.
A Praça do Mirante, lançada em 2018 na tentativa de obter os recursos ainda naquele ano, vai fazer aniversario sem que os projetos técnicos estejam prontos.
O projeto do mirante é o mais ameaçado. Criado para ocupar uma praça na Via Expressa da avenida Sampaio Vidal, em um terreno com área de 3,9 mil metros quadrados, ganhou o nome de Mirante do Vale dos Dinossauros, hoje transformados em símbolo da cidade.
Além da vista para o vale, o projeto prevê área para oficinas e atividades culturais, além de uma réplica em tamanho real de uma das espécies de dinossauros que habitavam a região.
O caso do Museu de Paleontologia tem as melhores chances, mas uma história de atrasos. A estrutura, que já esbarrava na falsa promessa de entrega de um novo centro de cultura – prometido desde que mudou a biblioteca municipal de endereço – deveria ser ampliada e ganhar espaço nobre na cidade.
Além da ineficiência, o quadro revela situação de pouco caso com o esforço de servidores e da iniciativa privada em torno dos projetos e da exploração turística da cidade.
Mais que a perda dos repasses e os benefícios que as obras trariam para a cidade em opções de lazer, atração de público e consumidores, o caso revela um problema grave de descontrole interno, situações que engrossam a fila de promessas não cumpridas e de discursos oficiais absolutamente descolados da realidade.
Diferente do que propaga, Daniel Alonso não fez o Plano Diretor de Turismo – documento essencial para que a cidade fosse reconhecida como Município de Interesse Turístico-.
A iniciativa privada bancou os gastos e boa parte do trabalho de produção do texto, entregue pronto no gabinete. Daniel apareceu na sessão de fotos.
Há mais a falar sobre turismo, como o fato de que a secretaria municipal do setor só vê recursos minguarem no orçamento e tem pouco mais que as verbas da manutenção para o ano todo.